Séries de comédias são conhecidas por serem leves e divertidas. Fleabag, por sua vez, foge um pouco desse padrão com o seu peso dramático e a inteligência do roteiro.
A série, escrita e protagonizada por Phoebe Waller-Brigde, acompanha a história de uma mulher adulta chamada Fleabag que vive entre altos e baixos em Londres, na Inglaterra. A produção está disponível no Brasil pelo serviço de streaming Prime Video, da Amazon.
Há apenas duas temporadas, sem a possibilidade de uma terceira, segundo a atriz e roteirista.
Atenção: o texto a seguir pode conter spoilers das duas temporadas da série Fleabag.
No inicio da temporada, vemos de cara como é a vida de Fleabag: bagunçada e insegura, carregando um sentimento de culpa após a morte de sua melhor amiga, Boo. Com a quebra da quarta parede, a ligação com a personagem fica ainda maior e o espectador começa a viver e sentir as emoções junto, enriquecendo a experiência.
Phoebe Waller-Bridge não hesita em mostrar o pior lado de sua personagem, o que torna mais humanizada. Vemos todos os demônios de Fleabag e, mesmo assim, ainda continuamos apaixonados por ela – mérito do roteiro inteligente que foi construído.
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Não é de se espantar que Fleabag tenha conquistado 4 prêmios Emmys, incluindo Melhor Roteiro de comédia. A série é tão bem construída que o espectador põe em cheque a sua moral do que é certo ou errado, a exemplo do final da primeira temporada, onde descobrimos que Fleabag teve um caso com o namorado da melhor amiga e, ao tentar chamar atenção do namorado, ela sofre um acidente e morre.
Na segunda temporada, a personagem se apaixona por um padre, cujo nome é apenas Padre, que irá fazer o casamento do seu pai e sua madrasta. No primeiro ano, o sentimento de culpa da personagem vai sendo desenvolvido, mas no seguinte, há um embate entre fé e razão.
É importante destacar que os primeiros episódios vão mostrando a personagem ao público, enquanto que, nos seguintes, já estamos familiarizados com a personagem e seus comentários ácidos e engraçados das próprias situações.
Uma história de amor entre Fleabag e o Padre é construída, mas, no ato final, não acaba com um final feliz – e isso é um dos pontos positivos que a série tem.
Ao decorrer das duas temporadas, nós acompanhamos todos os seus altos e baixos, não só de Fleabag, mas de todos os outros personagens – como sua irmã Claire, que vive um casamento infeliz e abusivo.
Quase tudo se resolve: a irmã se livra do marido, o negócio de Fleabag vai bem, o casamento entre o pai e a madrasta da personagem acontece. Contudo, o Padre decide continuar com sua carreira ao invés de ter uma vida romântica com a personagem.
Vemos de novo, a vida dessa jovem adulta indo de cabeça para baixo. No fim das contas, ela prefere ficar sozinha e a câmera não a acompanha mais.
Em Fleabag, não existe aqui um clichê das histórias sobre amor, não existe “felizes para sempre”. Tudo aqui é real e intenso. Quando a série acaba, o sentimento que fica é que você acabou de ter uma experiência tão rica e intensa que não parece que foi dividida em apenas em duas temporadas com 6 episódios de 25 minutos.
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