O cineasta Michael Mann está pronto para retornar ao universo de um de seus maiores clássicos. Durante o Festival Lumière, em Lyon, onde recebeu o Prêmio Lumière 2025 das mãos da atriz Isabelle Huppert, o diretor de Ferrari confirmou que pretende usar inteligência artificial e tecnologias de rejuvenescimento digital em Fogo Contra Fogo 2 (Heat 2), aguardada sequência do thriller policial de 1995 estrelado por Al Pacino e Robert De Niro.
Disse Michael Mann o seguinte:
Não experimento tecnologia de forma gratuita. Só quando há uma necessidade dramática ou estética. O rejuvenescimento pode ser muito importante no próximo filme.
O diretor revelou ainda que as filmagens devem começar no próximo verão do Hemisfério Norte, com locações em Chicago, Los Angeles, Paraguai e possivelmente Cingapura:
É um filme caro de se fazer, mas precisa ser realizado na escala certa
De estúdio novo e com estreia garantida nos cinemas
Michael Mann também confirmou que Fogo Contra Fogo 2 mudou de estúdio: o projeto saiu da Warner Bros. e agora está sob o selo da United Artists, pertencente à Amazon MGM Studios, com produção de Scott Stuber.
Diferente de Ferrari, que teve distribuição limitada em alguns territórios, o novo filme terá lançamento exclusivo nos cinemas, com previsão de estrear em cerca de 4 mil salas nos Estados Unidos, permanecendo em cartaz por pelo menos 45 dias antes de chegar ao streaming.

Al Pacino e Robert de Niro em ‘Fogo Contra Fogo’ (Arquivo/Warner Bros.)
História se passa antes e depois do original
A sequência promete explorar duas linhas temporais: antes e depois dos eventos do primeiro filme. Mann explicou que a trama começa um dia após o final de Fogo Contra Fogo, com o personagem de Val Kilmer em fuga após sobreviver ao confronto:
Os personagens de Fogo Contra Fogo continuam muito vivos para mim. A ideia surgiu a partir da relação entre dois adversários letais, o detetive Hannah (Pacino) e o criminoso McCauley (De Niro). Quero mostrar o que aconteceu com eles antes de 1995 e depois.
Ainda de acordo com o diretor, parte da história mostrará Hannah como policial em Chicago, em 1988, enquanto McCauley vive com uma família da qual é muito apegado, antes de seguir o caminho que o levou ao crime.
Próximos projetos e homenagem aos irmãos Lumière
Após Fogo Contra Fogo 2, Mann pretende dirigir um filme ambientado na Batalha de Hué, durante a Guerra do Vietnã, baseado no livro de Mark Bowden, autor de Falcão Negro em Perigo. O diretor descreveu o projeto como uma narrativa com múltiplos pontos de vista, ao estilo de Rashomon, de Akira Kurosawa.
Além disso, o cineasta anunciou que vai produzir o faroeste Comanche, dirigido por Scott Cooper, cineasta de Springsteen: Salve-me do Desconhecido, exibido no mesmo festival.
Encerrando sua passagem por Lyon, o diretor participou de uma tradição do Festival Lumière: a recriação do curta-metragem de 1895 A Saída dos Operários da Fábrica Lumière, considerado o primeiro filme da história do cinema. Michael Mann filmou seis versões diferentes da cena, inclusive com o iPhone, e contou com a participação de nomes como Isabelle Huppert, Laurent Lafitte, Marina Foïs e Michèle Laroque.

Tradição: Michael Mann recria curta de 1895 no Festival Lumière (Foto: Divulgação/Jean-Luc Mège Photography/Instituto Lumière)
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