Além de EUA e Japão, França também é presença constante no mundo nerd

Redação

Além de EUA e Japão, França também é presença constante no mundo nerd

Em questões meramente geográficas, pode-se argumentar que dois países são “dominantes” na cabeça de boa parte dos nerds: os Estados Unidos e o Japão, logo atrás.

Estas duas nações são responsáveis por boa parte das criações culturais que, em tempos recentes, dominam as bilheterias, as mentes e até mesmo os bolsos daqueles cujo hobby é acompanhar e desfrutar dos lançamentos de franquias e companhias como Marvel, DC e Nintendo.

Esse é um holofote merecido, considerando o impacto que esses países tiveram através dessas produções no âmbito cinematográfico e de videogames, além da base cultural que permitiu que estes surgissem.

Entretanto, bem antes disso acontecer, existia um outro gigante cuja cultura foi a inspiração para a construção de monumentos, movimentos, músicas e mídias diversas ao longo do século XVII até os tempos atuais.

A França pode até não ser a casa dos maiores estúdios de cinema do mundo ou ter um hub tecnológico que concentra centenas das maiores empresas de jogos do mundo (como Tóquio ou boa parte do estado da Califórnia). No entanto, o país ainda é altamente relevante no contexto cultural dentro do meio nerd, servindo de inspiração e/ou cenário para alguns dos grandes animes, filmes e jogos da indústria. Ainda, no caso dos dois últimos, produções francesas são também sucesso de bilheteria entre o meio.

França no mundo nerd

Quadrinhos, filmes e séries do universo Marvel já tiveram como cenário diversos lugares pelo mundo inteiro. Até mesmo o Brasil serviu como “refúgio” para o herói Hulk em uma das suas representações nas grandes telas. A França, entretanto, é um lugar mais comum de se encontrar super-heróis, super-vilões e mutantes nas histórias da produtora.

Nos filmes, o país aparece no primeiro filme do Capitão América, quando o mesmo luta ao lado dos Aliados contra as Potências do Eixo; e também em Homem de Ferro 2 quando o vilão Ivan Vanko – também conhecido pela alcunha Chicote Negro – vai até o principado de Mônaco para tentar sabotar o Grand Prix em que Tony Stark participaria. A França ganha destaque também nos seriados Marvel, com os Agentes da S.H.I.E.L.D. realizando missões em Paris.

Além de ser um excelente cenário de filmagem, a França é também criadora de jogos de carta clássicos. Além do já tradicional baralho francês, veio da França o bacará, um famoso jogo de cartas onde o objetivo é atingir 9 pontos com as cartas jogadas à mesa.

O jogo, que antes era febre em cassinos físicos e hoje pode ser acessado virtualmente em espaços como Casinos.pt, se destaca pela possibilidade de o jogador poder fazer apostas na própria mão, na banca ou num empate. Pela internet, é possível jogar tanto ao vivo, com um crupiê à sua frente, ou pelo vídeo bacará – que funciona de maneira semelhante a uma máquina de slot.

Uma vez que o Japão já foi mencionado, é bom lembrar que alguns criadores de anime são fanáticos pela França – e os franceses, também, são grandes fãs da mídia.

Um dos animes mais premiados dos últimos tempos é Gankutsuou, uma adaptação produzida pela Gonzo do livro O Conte de Monte Cristo, escrito pelo autor Alexandre Dumas. O visual e a escolha musical do anime foram altamente elogiados pela crítica especializada, tanto no ocidente quanto na Ásia, o que levou Gankutsuou a ser grande sucesso de transmissão no Japão e em outras partes do mundo.

Além disso, a famosa série Nodame Cantabile, que conta a história do relacionamento entre os musicistas Megumi “Nodame” Noda e Shinichi Chiaki, teve uma de suas temporadas retratadas na França. O anime produzido pela J.C. Staff ganhou o subtítulo Paris-Hen, que de forma literal significa “capítulo em Paris”.

Nos videogames, a França também é um “player” importantíssimo para o mercado. Além da Ubisoft, que é uma das maiores desenvolvedoras e distribuidoras de jogos do mundo com sede localizada em Montreuil, uma comuna localizada nos subúrbios de Paris, a França é casa também de estúdios como a Dontnod – criadora de Remember Me e Life is Strange – e a Quantic Dream, cujo fundador David Cage é responsável pelos dramas interativos Heavy Rain, Beyond Two Souls e Detroit: Become Human.

Ciência e cultura explicam o fenômeno

A França foi o grande “hub” cultural do mundo por séculos a fio e uma mera visita a cidades brasileiras como o Rio de Janeiro é exemplo disso. Os boulevards parisienses foram a grande inspiração para a construção das avenidas gigantescas que cortam o centro da cidade, a avenida Presidente Vargas e a Avenida Rio Branco.

Em volta destas avenidas, encontram-se igrejas inspiradas no estilo rococó, que teve início na França no século XVIII; além de prédios em estilo neoclássico com inspiração nos velhos palácios e templos romanos, cuja origem é dividida por Itália e França também no século XVIII.

Em grande parte, isso é influência do desenvolvimento científico/teórico que os franceses alcançaram bem à frente de jovens países como o Brasil. Uma vez que livros de estudo e também de literatura eram muitas vezes escritos em francês por autores franceses em diversas ciências, desde a arquitetura em si até a medicina, era quase impossível se desvencilhar dessas bases científicas e também culturais que nasceram na antiga nação europeia.

Ainda que o francês não seja mais a língua preferida de comunicação entre intelectuais e acadêmicos, o país ainda dá origem a grandes membros destas duas camadas societais. Estes continuarão a criar grandes peças e executar grandes feitos que invariavelmente servirão como inspiração para pessoas mundo afora, que tentarão continuar a criar obras em cima do ombro de gigantes – como um bom criador que se preze tenta fazer.

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