por Cheyna Corrêa
Já parou para pensar em quem foi o maior vocalista de rock de todos os tempos? Para muitos, não há dúvida: Freddie Mercury, do Queen. Com uma voz inconfundível, composições épicas e performances de arrepiar, ele se tornou ícone global. Esta é a história do homem nascido Farroukh Bulsara que conquistou gerações.
Origens em Zanzibar e mudança para o Reino Unido
Freddie Mercury nasceu em 5 de setembro de 1946 em Zanzibar (atual Tanzânia), filho de pais indianos. Batizado Farroukh Bulsara, ganhou o apelido de Freddie ainda na infância, durante o internato na Índia, onde aprendeu inglês e iniciou aulas de piano. Aos 12 anos, fundou sua primeira banda, The Hectics, tocando covers de rock. Em 1964, em razão de conflitos locais, a família Bulsara emigrou para o Reino Unido, onde Freddie se formou em design gráfico e artes plásticas — habilidades que mais tarde ajudariam a criar o visual do Queen.
Formação do Queen e primeiros passos na música
Em Londres, Freddie chegou a trabalhar carregando bagagens e vendendo antiguidades em feiras. Em 1970, seu talento vocal o levou a substituir o vocalista do Smile, banda de Brian May e Roger Taylor. Juntos, convidaram John Deacon para formar o Queen, que estreou em 1971. A mistura de hard rock, teatralidade e arranjos complexos logo rompeu barreiras de gênero e conquistou fãs de todas as idades.

A banda Queen (Foto: EMI Records/Divulgação)30
Composições épicas e o estilo único
Freddie assinou os maiores sucessos do Queen: “Bohemian Rhapsody” (1975), que mescla ópera e rock num só épico de quase seis minutos; “We Are the Champions”; “Don’t Stop Me Now”; “Under Pressure” — cada uma carregada de coral, drama e aquele toque lírico inspirado na paixão do vocalista por ópera e música clássica. No palco, ele era puro magnetismo: apesar de tímido fora dos holofotes, transformava-se em divindade, conduzindo multidões com sua presença e virtuosismo no piano e na guitarra.
Shows históricos: Live Aid e Rock in Rio
Em 1985, o Queen participou do Live Aid, evento beneficente simultâneo em Londres e Filadélfia. Em apenas 20 minutos, entregou o que críticos chamam de “o maior show de rock da história”. No mesmo ano, foram atração de peso na estreia do Rock in Rio, com dois espetáculos no Morumbi que entraram para o folclore musical brasileiro — incluindo o emocionante “Love of My Life”, cantado por cem mil vozes.
A voz singular e o fator anatômico
Além do alcance e da técnica, estudos destacam que Freddie tinha quatro dentes extras, alterando o formato de sua boca e garganta. Essa característica anatômica, somada ao timbre e à técnica apurada, resultou em uma voz sem paralelo, capaz de transitar do suave ao estratosférico com naturalidade.
Vida pessoal, AIDS e últimos dias
Freddie manteve relacionamento com Mary Austin antes de assumir sua homossexualidade — ainda tabu na época. Em 1987, soube ser portador do HIV, ocultando o diagnóstico enquanto continuava a gravar. Em 1991, lançou comunicado oficial sobre a doença e faleceu em 24 de novembro, aos 45 anos, ao lado de amigos e do companheiro Jim Hutton.
Legado, tributos e cinebiografia
O Queen encerrou as atividades após sua morte, embora Brian May e Roger Taylor tenham realizado shows com Paul Rodgers (2004) e Adam Lambert (desde 2011). Em 2018, Bohemian Rhapsody, estrelado por Rami Malek, retratou sua trajetória, garantindo ao ator o Oscar de Melhor Ator. A influência de Freddie permanece viva em tributos, musicais (We Will Rock You) e nas bandas oficiais que mantêm suas canções eternas.
Freddie Mercury não foi apenas um cantor extraordinário: foi showman, compositor visionário e símbolo de coragem artística. Seu legado continua a inspirar artistas e fãs, provando que, no rock, a maior voz é aquela que jamais silencia.
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