Gigante chinesa da internet, Baidu encerra operações no Brasil

Estadão Conteúdo

Gigante chinesa da internet, Baidu encerra operações no Brasil

A gigante chinesa de internet Baidu está encerrando suas operações brasileiras. As informações foram confirmadas ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’ por fontes próximas à empresa, que está traçando uma estratégia global de focar no desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial.

Nos últimos tempos, a empresa tem se direcionado para essa área, em pesquisas com veículos autônomos, reduzindo sua atenção a produtos voltados aos consumidores – no mês passado, ela anunciou, por exemplo, uma parceria com a Ford para o desenvolvimento de tecnologias de direção autônoma.

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Para David Kallás, coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper, a empresa preferiu olhar para o futuro do que insistir em um negócio com pouco potencial de crescimento. “Hoje, as pessoas já não instalam mais tantos aplicativos novos em seus smartphones, é um mercado que já passou pelo seu auge”, diz. “Por outro lado, o setor de inteligência artificial está bem aquecido e pode explodir nos próximos anos. É natural a empresa se antecipar às mudanças.”

É o ponto final de uma trajetória de cinco anos, que começou com estardalhaço, mas depois foi perdendo seu brilho: inicialmente, o plano do Baidu, que já foi chamado de “Google chinês”, era se tornar uma referência no Brasil no uso de aplicativos, buscas e navegação, com soluções de segurança, busca e otimização de performance no sistema operacional Android.

Desde sua chegada ao País, o Baidu não alcançou boa fama entre os brasileiros – eram comuns as reclamações de usuários em redes sociais sobre programas da empresa, como o Hao123, instalados à revelia em seus dispositivos, ou com processos de desinstalação muito difíceis.

Apesar disso, empresa chegou a ter até 40 milhões de usuários únicos no País – maior parte deles graças ao Peixe Urbano, empresa que adquiriu em 2014 por valores não revelados e vendeu ao Groupon no ano passado. Sob a gestão da chinesa, o Peixe Urbano conquistou seus primeiros resultados positivos.

Para Kallás, do Insper, um fator que deve ter impactado o desempenho da empresa por aqui são as as disparidades entre Brasil e China. “A única coisa que os dois têm em comum é que são mercados emergentes. As regras do jogo são muito diferentes, entre aspectos culturais, questões regulatórias ou de direito do consumidor.”

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