Domingo, 5 de outubro de 2025, ‘Gilmore Girls’ completou 25 anos desde sua estreia na antiga The WB. A série criada por Amy Sherman-Palladino se tornou um fenômeno duradouro, amado por gerações e um verdadeiro símbolo da temporada de outono. Em entrevista ao The Hollywood Reporter, a criadora e parte do elenco principal — Lauren Graham, Kelly Bishop e Scott Patterson — relembraram a origem da série, os desafios das filmagens e até a possibilidade de um novo retorno a Stars Hollow.
A ideia que nasceu por acaso
Amy Sherman-Palladino contou que ‘Gilmore Girls’ surgiu de forma inesperada. Durante uma reunião de pitchs, ela apresentou várias ideias para executivos da Warner Bros., mas só despertou interesse quando mencionou “uma história sobre uma mãe e uma filha que são mais amigas do que mãe e filha”. A proposta foi comprada ali mesmo — e o resto virou história.
A criadora revelou que a inspiração para o clima acolhedor de Stars Hollow veio de uma viagem para Hartford, Connecticut, em pleno outono. “Era tudo tão bucólico… as folhas mudando de cor, as feiras de abóbora, os passeios de feno. Parecia uma cidade saída de um filme”, disse Amy.
O primeiro roteiro, porém, foi um desafio para o estúdio. Amy escreveu um episódio piloto muito mais longo do que o padrão, prevendo o ritmo acelerado dos diálogos que se tornaria uma das marcas da série.
O elenco perfeito
A criadora afirmou que sabia exatamente o que procurava em cada personagem. Kelly Bishop conquistou o papel de Emily Gilmore assim que entrou na sala de testes, e Alexis Bledel, então uma novata sem experiência, impressionou pelo olhar tímido e intelectual que definia Rory.
Já Lauren Graham foi praticamente “um golpe de sorte”. Ela estava comprometida com outro projeto quando Amy ouviu falar dela — e se recusou a fazer testes “pra não se apaixonar por uma atriz que não poderia ter”. Quando finalmente aceitou conhecê-la, bastaram “três palavras” para que Amy declarasse: “É ela. Achamos a Lorelai.”
Correria nos bastidores e o ritmo que virou marca
Embora o clima na tela fosse leve e acolhedor, o ritmo das gravações era tudo menos tranquilo. Amy contou que as filmagens chegavam a 80 páginas de roteiro em apenas oito dias, sem pausas nem refilmagens. “Era caótico. A gente não tinha tempo, nem dinheiro. Se não deu certo, ficou assim mesmo”, lembrou a criadora.
Mesmo sob pressão, o elenco manteve o humor. Lauren Graham recorda que as falas precisas e rápidas pareciam “partituras musicais”: “Você sente quando uma palavra sai do ritmo. Era quase teatral.”
O impacto duradouro
O ator Scott Patterson, intérprete do rabugento e querido Luke Danes, destacou o poder emocional que ‘Gilmore Girls’ ainda tem sobre os fãs:
Esse show cura pessoas. Ele acalma, dá esperança e lembra que tempos melhores existiram e ainda podem voltar.
A série estreou em 2000, durou sete temporadas e ganhou novo fôlego em 2014, quando chegou à Netflix. Desde então, virou tradição anual: todo outono, novos e antigos fãs revisitam Stars Hollow em maratonas nostálgicas.
A volta em 2016 e os planos para o futuro
O elenco também relembrou a reunião para o revival ‘Gilmore Girls: A Year in the Life’ (2016), lançado pela Netflix. Amy Sherman-Palladino explicou que o retorno permitiu finalmente encerrar a história do jeito que ela queria, já que não esteve envolvida na sétima temporada original.
O especial terminou com um gancho intencional, deixando em aberto o futuro de Rory — algo que, segundo a criadora, reflete a essência do programa: “Não era sobre quem era o pai, mas sobre como a história das mães e filhas continua se repetindo.”
Lauren Graham afirmou que voltaria sem hesitar para um novo projeto, e até sugeriu um formato:
Um filme de Natal seria perfeito. Poderíamos revisitar os personagens, a cidade e essa atmosfera mágica sem precisar de uma temporada inteira.
Kelly Bishop e Scott Patterson também disseram que topariam participar, desde que a equipe original retornasse. “Foi o papel da minha vida”, declarou Patterson.
Mesmo depois de um quarto de século, ‘Gilmore Girls’ segue sendo mais que uma série — é um refúgio emocional. E se depender dos fãs (e da criadora), ainda há muito café a ser servido no Luke’s Diner.
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