O cenário dos videogames no México pode ficar ainda mais complicado para os jogadores e para o mercado. Isso porque o governo federal incluiu no Pacote Econômico de 2026 uma proposta polêmica: a criação de um imposto de 8% sobre games considerados violentos, extremos ou de conteúdo adulto.
A medida, apresentada pela presidente Claudia Sheinbaum, não tem como objetivo proibir a compra desses títulos, mas sim funcionar como um freio no consumo. De acordo com o documento entregue à Câmara dos Deputados, a intenção é que os consumidores reflitam sobre a natureza do conteúdo adquirido, promovendo escolhas mais conscientes em um mercado que, só em 2024, ultrapassou os 2,3 bilhões de dólares em faturamento com 76 milhões de jogadores.
Como vai funcionar a taxação?
O Imposto Especial sobre Produção e Serviços (IEPS) será aplicado tanto em cópias físicas quanto digitais, atingindo tanto empresas mexicanas quanto estrangeiras, mesmo que não tenham sede no país.
Segundo o governo, a arrecadação prevista é de 183 milhões de pesos mexicanos já no primeiro ano, com a justificativa de “internalizar os custos à saúde associados ao consumo” desse tipo de conteúdo.
Por que essa decisão?
O governo se baseou em pesquisas para sustentar a proposta. Um estudo da The Competitive Intelligence Unit aponta que os gêneros mais jogados no México são ação/aventura, estratégia e tiro — justamente categorias que mais carregam classificações etárias elevadas. Já a Pesquisa Nacional de Consumo de Conteúdos Audiovisuais de 2024 revela que 25% das crianças têm acesso a títulos violentos.
A facilidade de compra no mercado digital também foi apontada como fator preocupante. Para as autoridades, a taxa funcionaria como um meio de reduzir esse acesso, ao mesmo tempo em que geraria receita extra para o país.
E agora?
A proposta ainda precisa ser discutida e aprovada, mas já está causando burburinho entre jogadores e empresas.
Enquanto alguns defendem a ideia como medida preventiva e educativa, outros enxergam como mais um obstáculo que pode prejudicar o acesso aos games e até afastar investimentos no setor.
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