‘Guerreiras do K-Pop’: Maggie Kang revela como criou o primeiro filme de animação com protagonistas coreanas

Andre Cananea

‘Guerreiras do K-Pop’: Maggie Kang revela como criou o primeiro filme de animação com protagonistas coreanas
(Divulgação/Netflix)

Quando Maggie Kang recebeu a oportunidade de dirigir seu próprio longa animado, sabia exatamente o que faltava em Hollywood: representatividade coreana. Após mais de uma década de carreira na animação, a cineasta coreano-americana nunca havia visto um único projeto protagonizado por personagens coreanos. Foi assim que nasceu Guerreiras do K-Pop, primeira animação da Netflix com elenco totalmente coreano, que se transformou em sucesso mundial.

Durante uma masterclass no Netflix Creative Asia, realizada dentro do Festival Internacional de Cinema de Busan, Maggie compartilhou a trajetória do projeto — da concepção à consagração global — destacando o papel da cultura coreana em cada detalhe do filme, informou o portal Variety.

Mitologia, música e autenticidade

Maggie Kang (Reprodução/Wikipedia)

A inspiração inicial veio das histórias de sua infância, repletas de criaturas do folclore coreano como dokkaebi, dalsin e saja. A ideia de caçadoras de demônios parecia forte, mas ainda faltava algo — até que o K-pop entrou na equação.

“O filme imediatamente ganhou outra dimensão. Virou um musical e um espetáculo muito maior”, explicou Kang, ressaltando como o gênero rompe barreiras culturais e conversa com diferentes públicos.

Para reforçar a autenticidade, Kang buscou referências no xamanismo coreano (mudang), onde música e dança são usados em rituais para afastar espíritos malignos. Essa tradição inspirou a forma como as protagonistas utilizam o poder das canções como armas contra demônios.

Do mercado de rua ao skyline de Seul

Em 2022, a equipe criativa fez uma imersão na Coreia, visitando pontos icônicos como o Mercado Gwangjang, a Torre Namsan, o Estádio Olímpico e o Bukchon Hanok Village, cenário do primeiro encontro entre Rumi e Jinyu.

Até mesmo os detalhes mais simples receberam atenção, como a presença de guardanapos sob os pratos em cenas de restaurantes — sugestão feita por artistas coreanos da produção. Elementos tradicionais como o taekwondo, o tigre (animal-símbolo do país) e a pega de três olhos também foram incorporados de forma simbólica.

Heroínas aspiracionais

Para Maggie Kang, criar protagonistas femininas coreanas fortes foi um dos pontos mais gratificantes. Entre as personagens, a diretora destacou Mira como sua favorita: 

Eu acho a Mira tão linda, de um jeito totalmente diferente do meu. Eu queria ser como ela.

Trilha sonora explosiva

A música foi conduzida por produtores de ponta, incluindo Teddy Park e sua equipe do The Black Label, garantindo o DNA autêntico do K-pop. A canção “Golden” chegou ao topo da Billboard, enquanto o grupo Twice fez um cover especial de “Takedown”, aumentando ainda mais o impacto cultural do filme.

Sucesso além das expectativas

A colaboração com o co-diretor Chris Appelhans foi essencial para manter a coesão da narrativa. Segundo Kang, a sintonia entre os dois se tornou tão forte que “quase compartilhavam o mesmo cérebro” durante a produção.

Mesmo sem planos confirmados para uma sequência, o entusiasmo dos fãs mantém vivas as especulações. Com a palavra, Maggie Kang

Cada vez que alguém aperta o play na Netflix, não estão apenas assistindo ao filme, mas também se conectando com a cultura coreana.

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