Uma das teorias mais intrigantes do universo de Harry Potter voltou a ganhar força entre fãs da franquia. O personagem Argus Filch, conhecido como o zelador severo de Hogwarts, pode não ser apenas um Squib ressentido, mas algo muito mais profundo — e sobrenatural.
Circula há anos entre leitores a hipótese de que Filch não seria um humano comum, mas sim uma espécie de personificação do castelo, uma entidade criada pela própria escola para manter a ordem. A ideia parte da observação de que o personagem exibe comportamentos que ultrapassam as habilidades de alguém sem magia.
A teoria sugere que Filch não seria apenas parte de Hogwarts — ele seria uma face da própria essência do castelo.
Indícios
Diversos elementos dentro da narrativa reforçam essa possibilidade. Ao longo de Harry Potter e a Câmara Secreta, Harry encontra a carta Kwikspell, que indicaria a frustração de Filch por não possuir magia. No entanto, sua rotina dentro da escola revela algo além disso.
O zelador demonstra uma onipresença inexplicável, aparecendo exatamente no momento em que regras são quebradas. Mesmo sem dons mágicos, sabe localizar passagens secretas em um prédio que muda de forma, e surge repentinamente em áreas remotas — características apontadas como incompatíveis com um simples Squib.
Seu próprio nome reforça a ideia: Argus, referência ao gigante de cem olhos da mitologia grega, conhecido por vigiar tudo ao redor.
Conexão com Pirraça
A relação entre Filch e Pirraça, o poltergeist ausente nos filmes, mas presente nos livros, também recebe nova interpretação. Pirraça seria uma materialização da energia caótica gerada por séculos de travessuras estudantis. Se Hogwarts pode gerar uma entidade de desordem, fãs argumentam que também poderia produzir um agente de controle.
Assim, Filch representaria a contraposição direta a Pirraça — uma espécie de equilíbrio natural entre caos e disciplina dentro da escola. O conflito constante entre ambos deixaria de ser pessoal e passaria a simbolizar uma disputa entre forças opostas criadas pelo próprio ambiente.
Mrs. Norris
Outro ponto reforçado pela comunidade é a ligação quase intuitiva entre o zelador e sua gata, Mrs. Norris. A narrativa descreve que ela encontra infratores e ele aparece logo em seguida. Segundo a teoria, a felina funcionaria como uma extensão sensorial do castelo, da mesma forma que retratos e escadarias que se movem conforme sua vontade.
A interpretação sugere uma espécie de mente coletiva, na qual Filch e a gata compartilham funções.
Vários momentos da franquia ganham novo significado quando observados sob essa perspectiva. Em Harry Potter e a Ordem da Fênix, por exemplo, Filch se emociona ao receber permissão para castigar alunos. A teoria interpreta essa cena como a reação de uma entidade finalmente autorizada a cumprir sua função original de controle — em vez de traços de sadismo humano.
Ao longo de Harry Potter e as Relíquias da Morte, ele continua exercendo suas tarefas mesmo sob o comando dos Carrows e de Snape. Em vez de lealdade pessoal, fãs argumentam que isso refletiria uma suposta obrigação estrutural de servir ao ocupante do cargo de diretor.
A petrificação de Mrs. Norris em Harry Potter e a Câmara Secreta também é reinterpretada: em vez de atacar Filch, o Basilisco teria mirado em seus “olhos”.
No encerramento de Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2, o zelador aparece tentando limpar os destroços da guerra com uma simples vassoura. Segundo a teoria, isso representaria o instinto automático de uma entidade ligada ao prédio, que tenta “restaurar” seu espaço mesmo após uma devastação total.






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