‘He-Man’: O desenho que nasceu para vender bonecos e virou lenda dos anos 80 – e o que ‘Star Wars’ tem a ver com isso

Cheyna Corrêa

“Pelos poderes de Grayskull… Eu tenho a força!”. Se você leu essa frase e imediatamente ouviu a trilha sonora épica e o som de um trovão na sua cabeça, bem-vindo ao clube. He-Man e os Mestres do Universo não foi apenas um desenho animado; foi um fenômeno cultural que definiu a infância de uma geração inteira. Mas o que muitos fãs não sabem — ou esquecem — é que essa saga épica de espada e feitiçaria nasceu de uma rejeição e de uma necessidade desesperada de vender brinquedos.

A história começa nos corredores da gigante Mattel. No final dos anos 70, a empresa cometeu o “erro” histórico de recusar a licença para produzir os bonecos de uma pequena ópera espacial chamada Star Wars. Quando o filme de George Lucas explodiu e os brinquedos da concorrente venderam milhões, a Mattel precisava de uma resposta rápida. Eles precisavam de algo que misturasse a força bruta de Conan, o Bárbaro com a tecnologia futurista de Star Wars. Assim nasceu He-Man.

A estratégia de marketing que virou clássico da TV

Diferente do processo tradicional, onde um filme ou livro inspira produtos, aqui os bonecos vieram primeiro. Para garantir que as crianças entendessem aquele universo misto de magia e naves espaciais, a Mattel encomendou uma animação ao estúdio Filmation. O objetivo era claro e direto: o desenho seria um comercial de 22 minutos para a linha de brinquedos.

No entanto, o tiro “comercial” acertou o coração da cultura pop. Apesar da animação limitada e do reaproveitamento constante de cenas para cortar custos, a série cativou pelo carisma. A transformação do Príncipe Adam, o medo do Gato Guerreiro e as risadas maléficas (e icônicas) do Esqueleto tornaram a obra imortal. No Brasil, o sucesso foi amplificado pelas exibições matinais, tornando-se companhia obrigatória no café da manhã.

Lições de moral e um legado eterno

Outro ponto que marcou época foram as famosas “lições de moral” ao final de cada episódio. Seja com o He-Man, a Teela ou o inesquecível Gorpo, o desenho sempre tirava um minuto para ensinar sobre não falar com estranhos, respeitar os amigos ou não julgar pelas aparências. Isso ajudava a suavizar a imagem “violenta” dos guerreiros musculosos perante os pais.

Hoje, mais de 40 anos depois, a franquia se recusa a envelhecer. Com novas séries na Netflix, como Mestres do Universo: Salvando Eternia, e um filme live-action aguardado em produção pela Amazon MGM Studios, a briga pelo castelo de Grayskull continua viva. O que começou como uma estratégia de vendas se transformou em uma mitologia rica que prova que, no fim das contas, nós ainda temos a força.

E você, teve algum boneco da coleção ou preferia a She-Ra? Conta pra gente qual era o seu personagem favorito dessa saga!

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