Os cineastas Scott Beck e Bryan Woods, conhecidos por trabalhos como Um Lugar Silencioso e 65 – Ameaça Pré-Histórica, lançaram seu mais recente projeto, Herege, que chegou aos cinemas por meio da A24.
Este filme marca uma guinada na carreira da dupla, que optou por explorar temas mais introspectivos e dialogados, como religião e existencialismo.
A escolha de Hugh Grant para o papel principal de Mr. Reed foi um ponto-chave na produção. O personagem é um homem enigmático que prende dois missionários mórmons em sua casa após tentarem introduzir sua fé.
“Precisávamos de um ator que pudesse transitar entre o carisma e a maldade de forma rápida”, comentou Bryan Woods.
A escolha por Grant se deu após a dupla assistir a A Viagem, onde o ator interpretou múltiplos personagens com habilidade. “Foi empolgante ver um artista se desafiando dessa maneira”, acrescentou Woods.
A dedicação de Grant para se aprofundar no personagem foi destacada pelos diretores. Segundo Woods, o ator se envolveu minuciosamente, discutindo cada detalhe do roteiro com a equipe: “Ele revisou cada linha do texto. Se havia algo que ele não entendia, discutíamos e chegávamos a um consenso”.
O ator trocou mais de 200 páginas de e-mails com os diretores, buscando entender tanto as referências filosóficas quanto as motivações de seu personagem. “Queríamos que ele compreendesse nossa visão e nossa experiência com religião e filosofia”, explicou Woods.
Essa preparação rigorosa permitiu a Grant incorporar o personagem completamente, trazendo elementos próprios durante as filmagens.
Mesmo com raras improvisações, Grant adicionava falas que sempre se alinhavam com a narrativa. “Quando ele improvisava, sempre fazia sentido e agregava à história”, afirmou Woods.
A temática de Herege é um reflexo das conversas de décadas entre Beck e Woods sobre questões existenciais e religiosas.
“Tivemos a inspiração de ir para um lugar diferente do que já havíamos explorado”, explicou Beck. A dupla desejava criar um filme que incentivasse o público a refletir e debater, algo que não se limita apenas à experiência dentro da sala de cinema.
Beck revelou que a ideia de “sequências espirituais” está em consideração, explorando temas como religiões e cultos e provocando discussões sobre questões complexas e polarizadoras.
Os diretores acreditam que esses futuros projetos devem, assim como Herege, deixar espaço para que o público continue refletindo e conversando sobre os temas abordados.
“Queremos trazer histórias que proporcionem debates com amigos, familiares ou pessoas próximas”, concluiu Beck, reforçando o compromisso da dupla em levar ao cinema narrativas provocativas e relevantes.
FONTE: Variety
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