Hideo Kojima acha que IA é a próxima grande revolução dos games

Cheyna Corrêa (Texto: Vinícius Miranda)

Hideo Kojima acha que IA é a próxima grande revolução dos games
Divulgação: Esports World Cup Foundation

Enquanto a Esports World Cup agitava Riyadh com finais de Counter-Strike 2, Street Fighter 6 e outros títulos, a capital saudita recebeu também outro evento que chamou atenção do público gamer e cultural: a New Global Sport Conference.

Entre empresários e líderes da indústria, um painel em especial roubou a cena: uma conversa intimista entre o lendário desenvolvedor Hideo Kojima e o cineasta dinamarquês Nicolas Winding Refn.

Jogos como a nova vanguarda da tecnologia

Em um bate-papo de 40 minutos, os dois artistas refletiram sobre suas carreiras e o futuro da arte. Para Kojima, os videogames sempre foram um reflexo da tecnologia:

No cinema, a linguagem foi criada há 120 anos. Já os games têm cerca de 50 anos e passaram por três grandes revoluções: a transição para o 3D, a conexão online e agora a chegada da IA no processo criativo.

Ele ainda destacou que a inteligência artificial pode aprender com o comportamento do jogador e transformar a forma como as histórias são construídas.

Cinema e games: convergência inevitável?

Refn, conhecido por filmes como Drive e Only God Forgives, afirmou que os jogos se tornaram o verdadeiro motor de inovação cultural, enquanto o cinema estaria estagnado em termos tecnológicos:

A TV e o cinema estão presos à imagem 2D, enquanto os games impulsionam a evolução. O desafio agora é entender como unir essas linguagens. Como fazer alguém chorar em um jogo da mesma forma que em um filme?

A provocação vai ao encontro da própria filosofia de Kojima, que há anos explora narrativas cinematográficas em seus projetos, como Death Stranding e o sua sequência, Death Stranding 2: On the Beach.

O encontro de dois visionários

A amizade de longa data entre Kojima e Refn também permeou a conversa, mostrando como diferentes mídias podem se inspirar mutuamente. 

Para os dois, o futuro da arte passa pela quebra de barreiras entre plataformas — seja no controle, na tela ou nas emoções despertadas pela experiência.

Fica a questão: Os games são o futuro do cinema, ou o cinema é que vai acabar se reinventando através dos games? Kojima e Refn não deram uma resposta definitiva, mas deixaram claro que essa convergência já começou.

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