O lançamento de Hollow Knight: Silksong trouxe de volta uma discussão antiga entre os jogadores brasileiros: por que os preços no PlayStation costumam ser mais altos em comparação com outras plataformas?
Enquanto no Steam e na Nintendo eShop o game da Team Cherry foi lançado por R$ 59,99, no Xbox ficou em R$74,95 — ainda disponível no Game Pass. Já no console da Sony, o valor surpreendeu: R$114,90, quase o dobro da concorrência.
A política de preços da Sony em debate
Essa diferença chamou atenção não só pelo valor, mas também pelo atraso de três horas na liberação da compra na PS Store. De acordo com Mauro Berimbau, pesquisador da GoGamers, o modelo de precificação da Sony ainda é cercado de mistério. Ele sugere que a empresa testa o mercado brasileiro por confiar na fidelidade do público:
“O consumidor se sente ferido, mas ninguém abandona”, explica.
Mesmo quando os estúdios definem preços iguais em dólares, a conversão aplicada ao Brasil nem sempre acompanha a decisão. Em alguns casos, como Dragon Ball: Sparking! Zero, o jogo chegou a ser mais barato no PlayStation do que no Xbox, mas especialistas afirmam que a frequência é oposta: os títulos da Sony costumam ser mais caros.
Exemplos além de Silksong
As discrepâncias não param por aí. Hell is Us, por exemplo, aparece por R$222,40 na PlayStation Store, enquanto no Steam custa R$179.
Outro caso emblemático é Stardew Valley, vendido por R$79,90 no PlayStation, contra R$29 no Xbox e apenas R$24,99 no PC — muitas vezes com desconto.
Estratégia, erro ou ponto fora da curva?
Para Berimbau, o preço de Silksong pode ser tanto um teste estratégico quanto um erro pontual, já que o impacto no consumo ainda é incerto. Já Carlos Silva, também da GoGamers, aponta que diferenças tão grandes não são mais comuns e que a situação lembra mais a época do PlayStation 4 do que os padrões atuais de mercado.
Apesar da insatisfação de parte da comunidade, os especialistas acreditam que a Sony mantém certa “folga” para trabalhar valores mais altos no Brasil, justamente pela liderança histórica de seus consoles por aqui. No entanto, alertam que, com catálogos cada vez mais semelhantes entre plataformas, a lealdade dos jogadores pode não ser eterna.
No fim, a grande questão que fica é: até quando o público brasileiro vai aceitar pagar mais caro por jogar no PlayStation?
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