O mundo perdeu um dos maiores expoentes da fotografia documental. O brasileiro Sebastião Salgado faleceu aos 81 anos, nesta sexta-feira (23), em Paris, deixando um legado incomparável de imagens que capturaram a essência da humanidade. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização ambiental fundada por ele e sua esposa, Lélia Wanick. A causa da morte não foi divulgada.
Ao longo da carreira, Sebastião Salgado foi amplamente reconhecido. O cinema e a fotografia sempre caminharam lado a lado, e poucas vezes essa relação foi tão bem representada quanto no documentário O Sal da Terra (2014), dirigido pelo cineasta Wim Wenders e por Juliano Ribeiro Salgado, filho do fotógrafo. O filme está disponível na Globoplay.
O filme, que narra a trajetória de Sebastião Salgado, recebeu aclamação internacional, sendo premiado em Cannes e indicado ao Oscar de Melhor Documentário.
O mundo através da imagem
Poucos diretores seriam tão apropriados para capturar a essência de Salgado quanto Wim Wenders, um cineasta que também vê o mundo através da imagem. É dele, por exemplo, filmes como Dias Perfeitos (2023), Paris, Texas (1984) e Asas do Desejo (1987).
Em O Sal da Terra, Wenders não apenas apresenta o fotógrafo, mas mergulha em sua perspectiva, mostrando como suas fotografias refletem a brutalidade e a beleza do planeta.
Ao lado de seu filho, Juliano, Salgado revisitou sua jornada e os desafios que enfrentou ao longo da vida. O documentário não é apenas um registro de sua obra, mas também uma exploração da fotografia como arte, memória e denúncia.
O trabalho de Sebastião Salgado se conecta diretamente com o renascimento da fotografia analógica. Em um mundo saturado de imagens digitais instantâneas, o apreço por técnicas clássicas voltou com força.
Assim como Sebastião Salgado documentou o mundo com profundidade, esse renascimento da fotografia revela um desejo moderno por autenticidade e memória duradoura.
O impacto do fotógrafo no cinema e na arte continua vivo, e sua obra nos lembra que, independentemente da câmera ou da tecnologia usada, o que realmente importa é o olhar de quem fotografa. Afinal, cada imagem carrega uma história.
Um dos trabalhos mais memoráveis de Sebastião Salgado (Reprodução/Sebastião Salgado)
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