Capitã Marvel chega destruindo em todas as cenas em que ela aparece em Vingadores: Ultimato. Não tem nem discussão: ela é agora o personagem mais poderoso do UCM. E agora? Como vão ser fazer os próximos filmes com alguém tão forte? Toda batalha vai ter que ser épica? Ela vai vencer tudo em segundos? Não!
A Marvel é detentora dos meios para conseguir parar a Capitã Marvel e eu vou te mostrar. Confira!
Toda poderosa
A Capitã Marvel é tão poderosa que ela carrega a nave do Tony Stark do outro lado do universo até a Terra nas costas. Ela é tão poderosa que dá uma chave de perna que trava o Thanos. Quando ela chega, no final de Vingadores: Ultimato, é pra decidir. Carol Danvers consegue destruir sozinha a gigantesca nave do Titã Louco.
É legal ver esse nível de poder no cinema? Sim. Mas para e pensa no abacaxi que os roteiristas vão ter daqui pra frente. Ela é poderosa, inteligente, bonita, superforte… qual a graça disso? Toda história precisa ter um herói superando seus limites e ela é perfeita. Ou será que não?
Quem já enfrentou problemas bastante parecidos foram os roteiristas dos primeiros filmes do Super-Homem, por exemplo. Em Superman II, eles abriram a Zona Fantasma que trouxe outros kryptonianos para enfrentarem o herói. Em Superman III, ele lida com a versão maligna de si mesmo. Sobre Superman IV, é melhor ignorarmos [risos].
Nos dias de hoje, em Homem de Aço, por exemplo, o nível de destruição é impressionante. É uma consequência inevitável de ter criado um personagem tão poderoso. Dá ruim em Batman vs Superman e os roteiristas tiveram que apelar muito para o Homem Morcego pelo menos não virar pozinho no primeiro minuto de luta.
Aí o Superman morre no final e beleza. O roteirista pode dar uma relaxada. Dá para rolar um filme da Liga da Justiça de boa. Só que a Warner não ia deixar o Superman no caixão, né? O corpo nem esfria e o cara já volta. Vamos combinar, Superman faz praticamente tudo do meio do filme pra frente e a Liga está ali só para bater ponto.
Agora é o Universo Cinematográfico Marvel que está com um problema bastante parecido. E aí, faz o quê com a Capitã Marvel? Acredite se quiser, dá para fazer muita coisa e pode apostar: os roteiristas vão pegar muito pesado com Carol Danvers nos próximos filmes.
É possível derrubar a Capitã Marvel?
Uma das principais características psicológicas da Capitã Marvel é que ela não leva desaforo pra casa. Ela também não gosta de seguir ordens. Se você diz para ela não fazer algo, aí que ela vai desafiar mesmo. Não chega a ser uma arrogância. É o que a gente chama de “personagem ousado”. É um defeito que o Hal Jordan tem, que o Demolidor tem. E é também um defeito que costuma colocar esses heróis em situações complicadas, em pular no perigo sem avaliar a situação.
Lembra quando ela bota pilha para pegar o Thanos em Vingadores: Ultimato? Aquilo resolveu alguma coisa? Não! Agir por impulso nem sempre é uma boa ideia e os roteiristas podem explorar essa característica.
Carol Danvers pode não curtir seguir ordens, mas ela adora mandar. É natural para personagens assim, é só lembrar do Batman. Por um lado, isso é bom porque a heroína pode assumir posições de liderança no UCM. Mas isso também tem um outro lado, um lado de autoritarismo, quando o personagem tem uma visão de que só ele e ninguém mais tem as respostas certas.
Esse lado da heroína já causou estragos nos quadrinhos e levou à Guerra Civil II. Ela tentou salvar o mundo sendo extremamente dura com gente que ainda nem cometeu crimes, mas poderiam ser uma ameaça. Isso aí estava bem perto da vilania! A personagem amadureceu depois desse episódio, mas é bastante provável que a Marvel já esteja estudando essa saga para os cinemas.
Capitã Marvel não é perfeita
Outro defeito que os roteiristas podem trazer das HQs é o problema do alcoolismo de Carol Danvers. A Capitã Marvel gosta de entornar um goró nos gibis e quando começa não tem hora para parar. A gente viu um pouco disso no filme solo dela, ela gostava de se divertir, tomar uma biritinha, esquentar a garganta… Estamos levando o assunto no bom humor, mas esse é um problema muito sério. Ficaria um pouco pesado para a Marvel levar para os cinemas.
Tony Stark, por exemplo, já passou por isso nos gibis e o assunto foi abordado nos filmes também. Quem não lembra do Homem de Ferro bebaço no filme dele? Mostrar esse lado de vício da Carol Danvers também é um caminho para dar um lado mais humano, mais vulnerável para ela. Agora, só imagina ela bêbada mandando um rajadão daqueles? E se ela fere alguém por causa disso? A maioria dos heróis tem uma culpa e essa pode ser a cruz dela nos cinemas.
Vocês estão percebendo um certo padrão? Se a Capitã Marvel é superpoderosa e não tem Kryptonita que a segure, os roteiristas terão que apelar para a mente da personagem. Ela é ousada, autoritária e pode desenvolver aí algum problema com o alcoolismo.
Também existem muitas outras formas de bagunçar a mente da heroína. Ela sofreu, mas ela já sofreu muito nos quadrinhos. Chega a ser sacanagem as coisas pelas quais ela passou. Ela já teve a mente controlada por uma entidade de outra dimensão e virou amante do cara, sem saber que estava sendo controlada. Ela já perdeu os poderes para a Vampira. Ela já teve lesão no cérebro por conta dos poderes. Ela já teve dupla personalidade. A Feiticeira Escarlate já brincou com o desejo da Carol Danvers de ser reconhecida como alguém de valor. Os caras inventaram muita coisa para ela. A vida dela é sofrimento puro.
Então, a amnésia que ela teve no filme solo foi só uma amostra do que pode acontecer com ela no futuro. A Inteligência Suprema Kree com certeza não está nada feliz com a Capitã Marvel e não vai perder nenhuma chance de ferrar com a mente da Carol Danvers outra vez. As maiores batalhas que a Capitã Marvel pode travar daqui pra frente podem acontecer dentro de sua própria cabeça.
Parece difícil, mas basta um pouquinho de esforço por parte dos roteiristas para termos mais um excelente filme da Capitã Marvel, mesmo ela estando já no auge de seus poderes. Ela pode ser uma mulher determinada, uma piloto de combate, uma super-heroína com os poderes de uma Joia do Infinito. Ainda assim, ela é humana e todos nós temos falhas. São essas falhas que ajudam a construir histórias, a mostrar que é possível se superar e sempre existe espaço para melhorarmos.
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