It: Bem-vindos a Derry mostrou a que veio nos primeiros 5 minutos do 1º episódio e, agora, com o 2º, podemos ter praticamente certeza de que a série está seguindo um rumo muito coeso.
O Ei Nerd teve o privilégio de participar da pré-estreia do 2º episódio da série no evento incrível que a HBO realizou em São Paulo e dá para cravar que o nojo e o horror continuam firmes e fortes, mas… claro, tudo em harmonia com o desenvolvimento da história.
Uma linha de raciocínio corajosa que sabe lidar com o identitarismo!
No 2º episódio, vemos que Lilly ainda está traumatizada com a experiência assustadora do 1º episódio em que viu seus amigos serem brutalmente mortos na sua frente. Veronica vê que seu pai está sendo acusado de um crime que não cometeu simplesmente por ser o único negro. Então, se a polícia precisa de um criminoso, mesmo que não exista, para direcionar o ódio da população e acalmar todo mundo, é claro que vai sobrar para ele. Ainda bem que é só ficção, né?
Veronica assiste ao pai sendo preso, enquanto sabia que Lilly era a única capaz de ajudá-lo, reforçando o relato de que ela tinha certeza de que o pai de Veronica não estava presente na cena do “crime”. Mas Lilly foi ameaçada pelo policial responsável pelo caso que, por sua vez, foi ameaçado pelo vereador.
Então, nesse fila de pessoas sendo jogadas na fogueira, a série ainda constrói uma crítica social coesa ao basicamente ilustrar como o status/valor de cada indivíduo na sociedade é posto à prova diante de uma crise. Em um efeito cascata, do mais até o menos respeitado, do homem branco rico até o homem branco pobre, até uma mulher branca e, por último, até um homem negro, ilustrando como a desigualdade social (e racial) é responsável por determinar um valor à vida diferente para cada indivíduo. Mostrando que a série sabe o que está fazendo e que o verdadeiro horror acontece de forma natural, no nosso mundo e fora da influência da Coisa.

(Divulgação/HBO)
Ninguém consegue escapar do horror!
Lilly sofre mais do que nunca com seus terrores, já que é vista como louca e constantemente humilhada pelos traumas que sofreu, e agora um deles parece vir, esquartejado em diversos jarros de picles diferentes. Com todos os pedaços do corpo se juntando aos poucos para destruir a mente de Lilly e conseguir um “beijinho para o papai”, que, com uma língua à mostra, indica que os horrores da Lilly são muito piores do que a gente imaginava.
Veronica também reflete questões com a família quando a influência de Pennywise se materializa numa forma monstruosa de sua mãe, culpando-a pela sua morte no parto.
Então temos a cena de um pai tentando abusar da filha com o corpo mutilado, agrupado como um aglomerado, como pedaços de carne misturados com picles, e uma garota presa pelo cordão umbilical tentando ser levada de volta para a barriga da mãe na forma de uma boca cheia de dentes, com olhos amarelos a observando no escuro. Pois é… Bem-vindos a Derry!






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