Jabuti encontrado sobreviveu por 10 anos soterrado em piso de casa; vídeo

Gabriel Leyvison

Jabuti encontrado sobreviveu por 10 anos soterrado em piso de casa; vídeo

Um jabuti encontrado soterrado embaixo do piso de uma casa em Itacajá, no Tocantins, surpreendeu os moradores da região, que acreditam que o animal pode ter permanecido ali por quase uma década.

O curioso caso foi descoberto no dia 7 de fevereiro, quando Luiza Coelha da Cruz Aguiar, de 60 anos, e seu marido chamaram um pedreiro para investigar uma infiltração na residência.

O pedreiro, ao quebrar o piso da casa, encontrou o jabuti, revelando um momento inusitado que foi registrado em vídeo.

Veja:

Como o jabuti foi descoberto?

O pedreiro estava fazendo reparos no piso da casa, uma área que foi construída há mais de nove anos. Ao notar que o piso estava oco, ele começou a quebrar a área, quando, para a surpresa de todos, o jabuti apareceu.

Luiza acredita que o animal tenha sido transportado junto com a carga de cascalho utilizada na reforma.

Ela comentou: “Foi inacreditável, pensamos que esse jabuti veio pela carreta de cascalho que pedimos há mais de nove anos para colocar lá [fundo da casa], e ele [animal] deve ter vindo junto bem pequenininho. Quando retiramos, vimos que tinha algumas deformações no casco, que podem ter sido causadas por estar muito próximo à cerâmica e ter ficado imprensado”.

O jabuti encontrado em Itacajá é da espécie Chelonoidis denticulata, também conhecido como jabuti-tinga ou jabuti amarelo.

Segundo o biólogo Aluísio Vasconcelos de Carvalho, essa espécie é onívora, alimentando-se tanto de plantas quanto de pequenos animais. Isso possibilitou sua adaptação ao ambiente debaixo do piso, onde passou longos anos.

Os jabutis possuem um metabolismo muito lento, o que pode ter contribuído para sua sobrevivência.

“O processo de digestão é lento, então eles conseguem ficar longos períodos sem se alimentar, porque o alimento que ele consome possibilita realizar tudo aquilo de que ele precisa, a partir do pouco alimento”, explicou o biólogo.

Além disso, os répteis como o jabuti podem entrar em estivação, um processo de redução de atividade metabólica em períodos de calor ou seca, o que também pode ter ajudado na conservação de sua energia durante esse tempo.

Após ser retirado do local, o jabuti apresentou deformações no casco e em sua estrutura corporal devido ao tempo que passou soterrado, sem acesso a uma nutrição adequada.

Sua sensibilidade à luz também aumentou, o que fez com que ele tivesse dificuldades em ficar exposto ao sol por muito tempo. Por enquanto, o animal segue na casa de Luiza, em um ambiente controlado, onde ela tem alimentado o jabuti com frutas.

O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) foi informado sobre o caso e afirmou que o jabuti precisa de cuidados especializados. O biólogo sugeriu que o animal seja encaminhado para o Centro de Fauna (CEFAU), onde receberia atendimento veterinário adequado.

O órgão também destacou a importância de manter a temperatura do jabuti controlada e permitir apenas exposição à luz solar indireta.

Esse caso curioso, que mistura a resistência do animal com as condições ambientais, levanta questões sobre como certos répteis podem sobreviver em condições extremas e com recursos limitados, revelando mais sobre a adaptabilidade das espécies da fauna brasileira.

Fonte: G1

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