James Gunn revela bastidores de sua rotina criativa e compartilha conselhos para novos artistas

Cheyna Corrêa (Texto: William Prado)

James Gunn revela bastidores de sua rotina criativa e compartilha conselhos para novos artistas
James Gunn nos bastidores da 2ª temporada de 'Pacificador' - Imagem/HBO Max

James Gunn, o cineasta responsável por sucessos como ‘Guardiões da Galáxia’, ‘Pacificador’ e o novo ‘Superman’, esteve no evento Adobe MAX, realizado em Los Angeles, e falou sobre o que aprendeu ao longo de décadas criando histórias dentro e fora dos estúdios. De forma leve e direta, ele refletiu sobre o papel do erro, o peso do trabalho duro e a importância de permanecer autêntico, mesmo sob pressão.

O esforço como combustível da criatividade

Para Gunn, talento é apenas o ponto de partida. O verdadeiro diferencial está na disciplina e na persistência em concluir projetos, mesmo quando o processo parece falhar.

“Minha ambição sempre foi clara. Eu sabia que havia pessoas tão talentosas quanto eu — então decidi trabalhar duas vezes mais do que qualquer outro.”, afirmou o diretor, lembrando que abandonar ideias por perfeccionismo foi um dos maiores erros que já cometeu.

Ele explicou que aprendeu a lidar melhor com suas próprias falhas e que, hoje, vê nelas uma parte essencial da criação. “Aceitar o erro é o que permite que algo novo nasça. Se você só busca perfeição, nunca termina nada.”

Criar sem medo e confiar no instinto

Gunn descreveu a escrita como um trabalho solitário, no qual julgar o próprio processo é o maior inimigo da inspiração.

É importante permitir-se criar algo ruim. Desligar o crítico interno é quando a verdadeira criatividade acontece.

Segundo ele, estar presente no momento é o segredo. “Não dá para ser criativo se a cabeça está dividida entre o que você faz e o medo de errar.”

A música como parte da história

Um dos pontos altos da conversa foi o modo como Gunn usa trilhas sonoras como ferramenta narrativa. Ele contou que cada canção escolhida serve para reforçar a identidade emocional dos personagens.

Em ‘Guardiões da Galáxia’, usei hits dos anos 70 porque eles mergulham o público na realidade emocional do filme…em ‘Pacificador’, escolhi o metal porque é o que o personagem escuta — ele é pesado, intenso e emocionalmente confuso.

Tecnologia a serviço da emoção

O diretor também comentou seu entusiasmo com os avanços tecnológicos, mas alertou que o uso de efeitos visuais deve ter propósito.

Eu adoro ver como os efeitos visuais evoluíram, mas o mais importante é escolher o que serve à história. A tecnologia é uma ferramenta — se ela não estiver a serviço da narrativa, não tem valor…

Gunn elogiou o trabalho da equipe de efeitos da Framestore em ‘Superman’, destacando o equilíbrio entre o visual e o emocional.

Dicas para quem está começando

Encerrando a palestra, Gunn deixou um recado inspirador para novos profissionais: aprendam de tudo um pouco e não tenham medo de recomeçar.

Diversifiquem seu conhecimento — Premiere, Photoshop, After Effects, Illustrator. Falhem, tentem de novo, melhorem sempre. Faça sua própria sorte: coloque-se constantemente lá fora, seja honesto, autêntico com seus desejos e quem você é..

Ele também relembrou o conselho que recebeu do pai, ainda jovem:

Meu pai me disse para fazer o que eu amo e deixar o resto acontecer. Foi o que mudou minha vida.

A filosofia de James Gunn

Hoje, o diretor acredita que autenticidade e dedicação são os verdadeiros segredos do sucesso.

Trabalhar duro, se permitir errar e continuar tentando — é isso que mantém a criatividade viva.

Para Gunn, o processo criativo é menos sobre genialidade e mais sobre coragem: coragem de arriscar, aprender e seguir em frente, mesmo quando o caminho é incerto.

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