Evan Peters relatou, em entrevista à Variety, que fez uma extensa pesquisa antes de interpretar Jeffrey Dahmer na série da Netflix.
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“Eu li tanto, eu assisti a tantas coisas, eu vi tanto, que em determinado momento precisei parar e dizer: ‘Ok, isso é suficiente’”.
Dentre os materiais de pesquisa, Peters afirmou que assistiu a uma das últimas entrevistas do serial killer por recomendação do diretor. De acordo com Ryan Murphy, essa foi primordial para a criação da série.
A entrevista em questão ocorreu em março de 1994, pela emissora NBC. Na época, o programa “Dateline” foi conduzido pelo jornalista Stone Phillips.
A reportagem “Confissões de um Serial Killer” mostrava o diálogo com o assassino dentro da prisão de segurança máxima de Columbia. Os pais Lionel e Joyce Dahmer também foram entrevistados.
Entrevista assustadora
Durante a entrevista de Phillips, o serial killer revelou as motivações dos crimes e até detalhou alguns dos assassinatos. “O pesadelo se tornou realidade”, afirmou.
“Havia uma grande questão de querer controle total sobre alguém, controle total de não precisar considerar suas vontades, de poder mantê-los comigo pelo tempo que eu quisesse”.
Dahmer explicou que grande parte dos casos ocorreram por conta de “controle e luxúria”. Ele também contou que “depois que aconteceu pela primeira vez [em 1978], pareceu ter tomado controle da vida”.
“Era algo que dominava meus pensamentos”, relatou o serial killer, que voltou a fazer novas vítimas após nove anos, em 1987. “Os assassinatos eram só os meios para um fim, a parte menos satisfatória de tudo”.
“Eu não gostava de matar, por isso tentei criar zumbis vivos com ácido úrico e a furadeira. Matar não era o objetivo. Eu só queria ter a pessoa sob meu controle e fazer o que eu quisesse. Não é fácil dizer isso, mas era essa a minha intenção”.
Prazeres reais de Jeffrey Dahmer
Ainda na entrevista, Dahmer contou que o canibalismo saciava o desejo de que as vítimas “fossem parte permanente” dele, bem como “sentia uma satisfação sexual em fazer isso”.
Lionel também trouxe à tona, em outro momento, a vez em que descobriu uma caixa de metal do filho – era onde Jeffrey guardava a cabeça e os genitais de uma vítima, mas ele dizia se tratar de revistas pornográficas.
“Eu não consigo imaginar o que eu faria se encontrasse aquilo”, garantiu Lionel, que descobriu a verdade durante o julgamento. “Eu provavelmente acharia que era algo artificial, algo oculto ou decorativo”.
Assista à entrevista completa (em inglês):
Se arrependimento matasse…
O assassino, por sua vez, finalizou a conversa com Stone Phillips se mostrando arrependido dos assassinatos e gratidão por estar preso. “Estou feliz que acabou”, disse.
“Quaisquer palavras que eu disser para as famílias das vítimas vão parecer banais e vazias. Eu não sei como expressar o arrependimento, o sofrimento que eu sinto pelo que fiz com seus filhos. Eu não consigo encontrar as palavras certas”.
Assista também a uma outra entrevista do criminoso (legendada em português):
https://youtu.be/JXA0SeMHR-Y
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Sobre Dahmer: Um Canibal Americano
A série Dahmer: Um Canibal Americano conta com participação de Ryan Murphy (American Horror Story) junto com o roteirista Ian Brennan (Glee), e é baseada na história real de um dos mais notórios assassinos norte-americanos, entre 1978 e 1991.
Além de Evan Peters no papel principal, o elenco conta com o ator Richard Jenkins (Six Feet Under) e Penelope Ann Miller, (American Crime). Juntos, estes formam os pais do assassino Jeffrey Dahmer.
Dahmer foi o assassino de 17 vítimas masculinas e chocou o mundo por estar envolvido em atos brutais como canibalismo e até necrofilia.
A trama traz a visão das vítimas de Dahmer e mergulha na incompetência e apatia da polícia local sobre o caso que durou mais de uma década, mesmo após denúncias de vizinhos que reclamavam de seu comportamento estranho.
Além disso, a série aborda o privilégio branco do serial killer em conseguir passe livre nos julgamentos.
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