O ator Jeremy Renner emprestará sua voz para ‘Stardust Future: Stars and Scars’, um longa-metragem de animação descrito por seus criadores como o primeiro filme totalmente produzido com inteligência artificial. A estreia nos cinemas está prevista para novembro.
O projeto marca uma nova parceria entre Renner e a cineasta Yi Zhou, com quem ele já havia trabalhado no documentário Chronicles of Disney. Na produção, o astro interpreta o Oráculo do Tempo, narrador que conduz o público por uma jornada que vai desde as origens do universo até o ano de 2080. O trabalho também representa o retorno de Renner à dublagem, após o grave acidente com um trator de neve que quase lhe custou a vida em 2023.
Um projeto inédito com ambições de premiação
Produzido pela Into the Sun Entertainment, de Zhou, o filme pretende disputar diversas categorias no Oscar, incluindo animação, trilha sonora, canção original, som, montagem e efeitos visuais. A estilista Diane von Fürstenberg faz uma participação por meio de um modelo digital em 3D.
A trilha mistura composições da própria Zhou com músicas do lendário Ennio Morricone, reorganizadas pelo coletivo Into the Sun.
Parte da renda arrecadada será destinada a duas instituições de caridade: a Rennervation Foundation, criada por Renner para apoiar jovens de abrigos, e o Motion Picture and Television Fund, que auxilia profissionais do entretenimento afetados pelos recentes incêndios na Califórnia.
Filosofia, arte e tecnologia
Zhou descreve o projeto como uma fusão entre animação 2D e 3D, utilizando uma técnica que ela considera uma nova forma narrativa. O visual alterna entre passado e futuro, imaginação e realidade. A diretora afirma que nenhum outro longa usou IA em toda a produção com esse tipo de combinação estética.
Inspirado em obras como os filmes ‘Qatsi’, de Godfrey Reggio, e nas composições de Philip Glass, ‘Stardust Future’ explora temas como crise climática, mortalidade e o papel da tecnologia na consciência humana.
“Esse filme nasceu do encontro entre a resiliência humana e a imaginação das máquinas”, disse Zhou. “A IA não substitui a criatividade — ela amplia nossas possibilidades e ajuda a curar o que a humanidade quebrou.”
A artista chinesa, que já apresentou trabalhos na Bienal de Veneza, Bienal de Xangai, Sundance e Cannes, administra a Into the Sun Entertainment a partir de Los Angeles, Roma e Hong Kong. A produtora, liderada por mulheres e fundada por artistas asiático-americanos e das ilhas do Pacífico, busca valorizar vozes marginalizadas dentro e fora das telas.
Nos últimos anos, Jeremy Renner tem equilibrado seus projetos artísticos com o trabalho filantrópico. Sua fundação, criada em 2024, apoia crianças em situação de vulnerabilidade, vítimas de incêndios florestais e pessoas em reabilitação após grandes perdas.
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