A DC Comics foi longe demais com o Superman? Transformaram Kal-El em um personagem LGBT para “lacrar”? Muita calma nessa hora. Kal-El continua do jeito que ele sempre foi.
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A editora anunciou mudanças para o herói Jon Kent, filho de Kal-El com Lois Lane. É ele quem vai “sair do armário” em uma revista que será lançada no início de novembro.
Quem é ele? Por que estão o chamando de Superman na imprensa especializada? Você vai entender tudo o que está rolando se continuar lendo esse texto até o final: a origem completa de Jon Kent e por que ele está causando polêmica.
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A quinta geração de heróis da DC
Dois anos atrás, a DC criou um projeto revolucionário: lançar a chamada quinta geração de heróis. Com décadas de continuidade nas costas, a editora acreditava que estava na hora de recomeçar do zero. Sim, de novo.
Desta vez seria pra valer: ícones como Kal-El, Bruce Wayne e Diana Prince iriam se aposentar e uma nova geração de heróis assumiria o manto de Superman, Batman e Mulher-Maravilha.
Essa ideia foi para o lixo antes de se completar. O editor responsável saiu da DC Comics e a editora desistiu da quinta geração. Ou será que não? A saga Future State deu uma palhinha do que poderia ter acontecido. Uma Mulher-Maravilha brasileira, um Batman negro vigiando Gotham. E Jon Kent seria o novo Superman.
Jon Kent ganhou destaque nessa fase, mas ele tem um passado longo antes disso. Se depender da DC, ele também terá um futuro longo pela frente.
Se você só acompanha as histórias do Superman pelos filmes, pelas séries ou pelas animações, talvez não conheça Jon Kent. Se você não leu nenhuma revista da DC nos últimos cinco anos, também vai ficar de fora.
O personagem é relativamente novo, foi criado em 2015 e vem dando o que falar desde o seu surgimento.
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História de Jon Kent, o futuro do Superman
Para entender a origem de Jon Kent, é preciso voltar um pouquinho na história do próprio Superman e da DC. Em 2011, a editora lançou a saga Ponto de Ignição (Flashpoint).
Ali, o Flash misturava universos e resetava a cronologia da DC. Nascia a fase chamada de Novos 52. Algumas pessoas amaram, mas outras também não curtiram.
Nessa fase, Superman não era apaixonado pela Lois Lane. Na verdade, ele tinha ‘um rolo’ com a Mulher-Maravilha em Novos 52. Martha e Jonathan Kent já estavam mortos.
Kal-El começou a proteger Metrópolis bem cedo e ainda era um menino meio imaturo. O Superman dessa fase não era aquele ícone que todos amavam, era um personagem mais pé no chão e impetuoso.
Enfim, os fãs pediram e a DC tirou da cartola o Superman antigo. Aquele que já existia antes de Ponto de Ignição: casado com Lois Lane, mais experiente, mais maduro e gente boa.
A DC fez o retcon do retcon. Está confuso? Foi confuso mesmo. A DC tentou lançar um Superman novo, não deu certo. Eles inventaram que o antigo ainda estava vivo. Os dois Superman passaram a existir ao mesmo tempo.
E o que isso tem a ver com Jon Kent? Jon Kent é, justamente, o filho de Lois Lane com aquele Superman das antigas. Os dois continuavam existindo. Ou seja, a DC resgatou aquele casamento que os leitores amavam e ainda fez os dois terem um filho.
O menino recebeu o nome de Jonathan Samuel Kent, uma homenagem aos avós. Ou, simplesmente, Jon Kent.
A DC acabou matando o Superman dos Novos 52, o Superman vida louca. Essa fase só durou quatro anos. Na cronologia, o Superman clássico, casado e com filho, voltou a ser o único Superman que sempre existiu.
Depois disso, rolou o retcon do retcon do retcon. A DC fundiu o Superman clássico com o Superman dos Novos 52. Até aí tudo bem. Mas a origem do Jon Kent recuou um pouco: o menino tinha sido concebido logo depois da saga da Morte do Superman. Ou seja, a DC adiantou um pouco a idade dele.
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Jon Kent começou a agir como Superboy ao lado do pai. Sim, é evidente que o garoto tem os mesmos poderes de um kryptoniano. Tem gente que diz que ele pode ser até mais poderoso, justamente por ser um híbrido de humano com kryptoniano.
E ele ainda passou por outra evolução quando Jor-El surgiu querendo passar um tempo com o neto. Sim, Jor-El voltou e levou Jon Kent para um rolê no espaço, para aprender sobre a vida, o universo.
Nesse passeio, Jon Kent caiu em um buraco negro e viveu anos no espaço. Ele chegou a viajar para a Terra-3 nessa fase. Quando Jon Kent retorna para a Terra, ele já é um adolescente, não é mais uma criança.
Para ele, se passaram anos. Para quem ficou, para os pais dele, só se passaram algumas semanas. Imagine o choque! Você ver seu filho saindo para dar uma volta e depois ele retorna praticamente um homem.
Nos quadrinhos, o tempo costuma se arrastar. Você começa a ler as histórias do Homem-Aranha quando está na escola, você vai para a faculdade, se forma, casa, arruma emprego, se aposenta e o Peter Parker ainda está lá terminando o colegial.
Então, a DC sabia que Jon Kent podia ficar bebê por décadas. Mas os caras tinham pressa. Eles inventaram duas formas de acelerar o crescimento do guri. Jon Kent nasceu nas revistas em 2015, mas já tem 17 anos de idade.
Por que essa pressa? Por conta dos planos da quinta geração. Jon Kent estava destinado a ser o novo Superman. Nos planos originais, essa substituição seria ‘permanente’. Nada é permanente nas revistas, mas seria “eterno enquanto durasse”.
Acontece que a quinta geração foi engavetada. A DC queria ver Jon Kent como Superman, mesmo que fosse por um período. Isso ficou claro em outra saga. Jon Kent viajou para o futuro da Legião dos Super-Heróis.
Como vocês sabem, a Legião se inspirou nos grandes heróis do passado deles para formarem um grupo. Eles estão séculos no futuro, mas Superman, Batman, Mulher-Maravilha ainda serviram de exemplo para os novos heróis.
Pois bem, Jon Kent chega no futuro, tudo lindo, mas ele descobre algo que o deixa bravo: o Superman idolatrado no futuro não é o Kal-El. É ele. É o Jon Kent.
Jon Kent é lembrado no futuro como o maior Superman de todos os tempos. Os livros de História dizem que Kal-El desapareceu e Jon Kent assumiu o papel de Superman.
Ele fica nervoso, é claro. Essa transição está acontecendo agora. Tudo indica que Kal-El vai sair da Terra para resolver problemas no Mundo Bélico e não volta mais. Ele deixou o filho na Terra para cuidar do legado do Superman.
Um fato: ele é bravo demais. Jon Kent já tem o mesmo nível de poderes do pai, tem o mesmo senso de dever e ainda juntou com a inteligência da mãe.
Jon Kent merece muito ser o Superman, é a herança dele, mas também já provou o seu valor várias vezes. Ele será o Superman para sempre? Certamente não.
Kal-El está aí desde os anos 30, é insubstituível. Mas Jon Kent conquistou o espaço dele. Não do pai, o espaço dele.
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Representatividade LGBT nas histórias da DC
Agora, a grande polêmica: Jon Kent vai beijar um rapaz em uma revista que vai sair em 9 de novembro nos Estados Unidos. Sim, a DC Comics revelou que o herói é bissexual, ou seja, ele sente atração por pessoas, independente do gênero.
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O garoto que ele beija na revista já é um personagem que circula nas revistas há um tempo. Ele é o ativista tecnológico Jay Nakamura, um jovem que é fã da Lois Lane e tenta seguir os passos dela como uma pessoa que investiga o que está errado e denuncia.
Jon Kent e Jay Nakamura já eram amigos antes, mas a relação deles deu um passo além. Quem vinha acompanhando as histórias já estava desconfiado dos dois.
O roteirista Tom Taylor explicou essa decisão: “Estamos em um espaço muito diferente e muito mais hospitaleiro hoje do que tínhamos há dez, ou mesmo cinco anos […] O símbolo do Superman sempre representou esperança, verdade e justiça. Hoje, esse símbolo representa algo mais. Hoje, mais pessoas podem se ver no super-herói mais poderoso dos quadrinhos”.
É interessante lembrar que a DC fez a mesma coisa meses atrás com Tim Drake, o terceiro Robin. Tim Drake também se apaixonou por outro rapaz e teve beijo também.
Os tempos mudaram e é difícil frear essas mudanças. O público LBGTQIA+ existe, eles não vão sumir, eles não deixarão de existir porque um grupinho não gosta, não curte, diz que é proibido, pecado…
Eles estão aí. Se eles estão aí, eles merecem seus heróis, seus espelhos. Precisa ser o Jon Kent, precisa ser o Tim Drake? Talvez sim, talvez não. Essas foram decisões criativas da DC que precisam ser respeitadas.
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