por Cheyna Corrêa
O clássico romance Tieta do Agreste, de Jorge Amado, vai voltar às telas em uma nova versão dirigida pela atriz e cineasta Suzana Pires, de acordo com o portal The Hollywood Reporter. Com o olhar focado na força e na sensualidade feminina, a produção promete resgatar a essência provocativa da protagonista e revisitar as contradições do Brasil rural dos anos 1970.
Uma visão contemporânea de Tieta
Ambientado na fictícia cidade de Santana do Agreste, o longa acompanha o retorno de Tieta (nome de batismo: Antonieta), expulsa de casa ainda jovem pelo próprio pai, para salvar o vilarejo de um desenvolvimento predatório. Sob a direção de Suzana Pires, a obra ganha uma “lente feminina”: a heroína não será apenas a “prostituta de renome” que volta milionária de São Paulo, mas um ícone de empoderamento, questionando tabus e revelando sua inteligência e solidariedade ao enfrentar os poderosos da região.

Betty Faria em Tieta (1989 – Divulgação)
Locação e produção
As filmagens começam em setembro no litoral norte da Bahia, com cenários naturais que incluem palmeiras, mangues e o típico casario nordestino. A equipe de arte reconstruirá as ruas de Sergipe em um terreno no Rio de Janeiro, seguindo a tradição de grandes produções do gênero.
Entre tradição e renovação
O romance original, publicado em 1977, é recheado de crítica social, humor picante e personagens inesquecíveis. A adaptação de Suzana Pires não pretende reescrever a história, mas sim enfatizar as contradições e o espírito de liberdade de Tieta, mostrando uma mulher dona do próprio destino. “Quero que o público sinta o mesmo choque e admiração que tive ao ler o livro pela primeira vez”, diz Pires. O roteiro também incluirá elementos musicais e sequências oníricas que remetem ao universo mágico amoral de Amado.
A produção de Tieta já tem estreia prevista para o segundo semestre de 2026 e contará com coprodução internacional, buscando levar a história de Jorge Amado para além do público brasileiro.
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