Jornal gringo apaga 21 mil comentários de brasileiros após crítica a Ainda Estou Aqui

Melo

Jornal gringo apaga 21 mil comentários de brasileiros após crítica a Ainda Estou Aqui

O jornal francês Le Monde enfrentou uma onda massiva de reações de brasileiros após a publicação de uma crítica negativa ao filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres. A crítica, escrita por Jacques Mandelbaum, descreveu o longa como “hierático” e chamou a atuação de Fernanda de “bastante monótona”, o que gerou indignação e um verdadeiro bombardeio de comentários nas redes sociais.

O correspondente brasileiro do Le Monde, Bruno Meyerfeld, relatou em sua coluna “Carta de São Paulo” que o jornal teve que apagar cerca de 21.600 comentários ofensivos em apenas dois dias, a maioria no Instagram. Para efeito de comparação, o jornal costuma receber cerca de 700 comentários por dia em tempos normais. Os comentários variavam entre respostas bem-humoradas, críticas machistas e até ataques preconceituosos, como a já conhecida comparação entre franceses e “porcos que nunca tomam banho.”

Segundo Meyerfeld, parte dos internautas acreditou que o Le Monde estaria favorecendo o filme Emilia Pérez, do diretor francês Jacques Audiard, também concorrente ao Oscar de Melhor Filme Internacional, como uma forma de prejudicar Ainda Estou Aqui.

Fernanda Torres e a recepção internacional

A reação explosiva dos brasileiros foi impulsionada pelo fato de Fernanda Torres ter ganhado o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama por sua performance e estar indicada ao Oscar na mesma categoria. Além disso, o filme disputa as estatuetas de Melhor Filme e Melhor Filme Internacional, destacando a relevância política e emocional da obra.

Críticos brasileiros como Isabella Faria e Inácio Araújo elogiaram a produção, enquanto o professor Eduardo Morettin, da USP, destacou que o filme “tornou universal o destino de uma família” e desempenhou um papel importante ao confrontar o revisionismo histórico no Brasil.

O filme aborda a história da família Paiva, conectada aos horrores da ditadura militar brasileira, e foi elogiado por outros veículos franceses por sua relevância política. A sutileza na atuação de Fernanda Torres foi ressaltada como um dos pontos altos da produção.

Apesar da polêmica, os produtores de Ainda Estou Aqui afirmaram valorizar o debate, destacando a importância da “diversidade de opiniões.” A controvérsia gerou ainda mais visibilidade para o longa, que segue como um forte concorrente ao Oscar e uma obra marcante para o público brasileiro e internacional.

Fonte: G1

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