Julia Roberts roubou a cena no Festival de Veneza ao defender seu novo filme, Depois da Caçada, e o diretor Luca Guadagnino durante uma coletiva marcada por perguntas afiadas. O longa traz a estrela como uma professora universitária que se vê dividida entre lealdades quando sua aluna (Ayo Edebiri) acusa um colega e amigo (Andrew Garfield) de ultrapassar limites.
“Estamos perdendo a arte da conversa”
Quando questionada se o filme estaria “enfraquecendo o movimento feminista” ou mexendo com debates ligados ao #MeToo, Roberts respondeu de forma direta e irônica. A atriz destacou que o objetivo do longa não é criar polêmicas, mas provocar diálogos:
Não estamos fazendo declarações; estamos retratando pessoas em um momento específico. Se o filme conseguir fazer com que as pessoas conversem entre si, já será a coisa mais empolgante que poderíamos alcançar.
Julia ainda lamentou que a sociedade esteja “perdendo a arte da conversa na humanidade”, reforçando que Depois da Caçada não entrega respostas fáceis, mas sim situações que desafiam o público a pensar.
O olhar de Guadagnino
Já o diretor Luca Guadagnino explicou que a obra não é um manifesto, mas uma reflexão sobre como diferentes verdades podem se chocar:
O filme mostra as pessoas em suas verdades. Não é sobre qual verdade é mais importante, mas sobre como enxergamos os limites entre elas.
Veneza e bom humor
Exibido fora da competição oficial, o suspense se junta a estreias de peso como Bugonia (Yorgos Lanthimos), Jay Kelly (George Clooney e Adam Sandler) e The Smashing Machine, com Dwayne “The Rock” Johnson.
Mesmo com o clima tenso, Roberts arrancou risadas ao brincar com Garfield e Edebiri, pedindo que todos abrissem suas latas de água ao mesmo tempo para não atrapalhar as respostas. O ator emendou:
Esse é o microcosmo da Julia Roberts.
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