O mais recente épico de ficção científica de Tollywood, Kalki 2898 AD, dirigido por Nag Ashwin, é uma mistura ousada de referências a obras de ficção científica e fantasia ao longo de um século.
Estrelado pelo superastro Prabhas, o filme promete ser o primeiro capítulo de um universo cinematográfico inspirado na mitologia hindu.
Nag Ashwin reuniu elementos de Metropolis de Fritz Lang até filmes da Marvel, além de elementos do épico hindu Mahabharata.
Embora o filme seja ambicioso, ele sofre com uma narrativa desigual que pode confundir o espectador, especialmente aqueles menos familiarizados com a mitologia indiana.
A trama de Kalki 2898 AD começa com uma cena de batalha da Guerra de Kurukshetra, onde o Senhor Krishna amaldiçoa o guerreiro Ashwatthama com vida eterna.
Avançando alguns milênios, a história se desenrola na distópica cidade de Kasi, descrita como a última cidade viável na Terra.
Prabhas interpreta Bhairava, um caçador de recompensas que busca capturar SUM-80, interpretada por Deepika Padukone, para ganhar créditos e se infiltrar no luxuoso Complexo, onde a elite vive.
SUM-80 é renomeada para Sumati e protegida por Ashwatthama, agora um sábio de 2,4 metros com força sobre-humana. Ele se torna uma figura protetora, lembrando Obi-Wan Kenobi, mas mais robusto.
Kalki 2898 AD dedica grande parte do seu tempo à construção de mundo e introdução de personagens em tramas paralelas que demoram a se cruzar.
Como resultado, algumas partes do filme são lentas e a narrativa pode parecer confusa. Entretanto, as cenas de ação espetaculares, impulsionadas por CGI, são generosas e empolgantes, mantendo o público entretido.
Os elementos visuais e narrativos lembram uma série de obras conhecidas, como Duna, Star Wars, Pantera Negra, Blade Runner, Mad Max e os filmes de Harry Potter.
Apesar disso, a mistura de tantas influências pode fazer com que a história pareça menos coesa do que deveria.
A recepção inicial ao filme é mista. Alguns críticos destacam as cenas de ação e os efeitos visuais, mas criticam a coerência da narrativa.
A performance dos atores principais é suficiente para manter o interesse, mas a questão se o filme justificará duas continuações permanece em aberto.
Kalki 2898 AD pode levar o espectador a apenas aproveitar a jornada visual sem se preocupar muito com a lógica da trama.
Se este realmente for o filme mais caro já produzido na Índia, ao menos visualmente ele faz jus ao investimento. O futuro do Kalki Cinematic Universe depende da aceitação do público e dos relatórios de bilheteria.
Este filme se destaca como um exemplo da capacidade da indústria cinematográfica de Tollywood de produzir obras visualmente impressionantes e ambiciosas, mesmo que, às vezes, a execução narrativa fique aquém do esperado. Confira o trailer:
Bollywood e Tollywood são dois dos maiores centros de produção cinematográfica na Índia, mas representam indústrias distintas. Bollywood é o nome informal da indústria de cinema em língua hindi, centrada em Mumbai.
É famosa mundialmente e conhecida por suas produções grandiosas, músicas cativantes e danças elaboradas.
Tollywood, por outro lado, refere-se à indústria cinematográfica em língua telugu, com sede em Hyderabad, no estado de Telangana.
Embora menos conhecida internacionalmente, Tollywood é igualmente prolífica e é famosa por seus filmes cheios de ação, efeitos visuais inovadores e narrativas ricas em tradições culturais.
Ambos os setores têm seus estilos únicos e contribuem significativamente para a diversidade e riqueza do cinema indiano.
FONTE: Variety






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