Licença para matar: qual ator viveu o 007 mais violento do cinema?

Andre Luiz

Licença para matar: qual ator viveu o 007 mais violento do cinema?

A discussão sobre qual intérprete de James Bond entregou a versão mais implacável do agente secreto é recorrente. Embora Daniel Craig tenha revolucionado o personagem em 007 – Cassino Royale, lançado em 2006, especialistas e fãs apontam que Timothy Dalton já havia explorado esse caminho quase duas décadas antes.

Conhecido por um estilo elegante e controlado, o espião britânico raramente perdia a compostura nos filmes das décadas anteriores. No entanto, a abordagem mudou quando Craig trouxe um Bond mais físico, agressivo e emocionalmente frio. Apesar disso, Dalton foi o primeiro a romper essa estética tradicional, ainda nos anos 1980.

Depois da saída de Roger Moore, Timothy Dalton assumiu o posto enfrentando expectativas divididas. Seu primeiro filme, 007 – Marcado para a Morte, apresentou uma transição cautelosa, sem fugir totalmente do estilo clássico. Entretanto, foi somente em 007 – Permissão para Matar que o ator pôde demonstrar sua visão mais crua do personagem.

Permissão para Matar levou 007 a um território mais sombrio

No longa lançado em 1989, o agente abandona o MI6 após ver seu amigo Felix Leiter sofrer um ataque brutal. Motivado pela vingança, Bond age à margem das regras e deixa de lado o glamour e o humor característicos da franquia. As sequências de ação são mais diretas e violentas, e o protagonista se mostra impaciente até com rituais emblemáticos, como o pedido do icônico martíni.

A produção também surpreendeu ao apresentar um antagonista mais realista — um poderoso traficante — em vez dos tradicionais vilões megalomaníacos. A proposta era ousada para o período, e a recepção na época foi morna, em parte devido ao desgaste da franquia no fim dos anos 1980.

Uma visão pioneira que só foi reconhecida anos depois

Com o lançamento de 007 – Contra GoldenEye, nos anos 1990, Pierce Brosnan redefiniu o personagem. Mesmo assim, revisões recentes apontam que Dalton entregou uma interpretação mais fiel aos livros de Ian Fleming, combinando frieza, foco e intensidade — elementos que só seriam valorizados novamente com a chegada da fase Daniel Craig.

Décadas depois, críticos reconhecem que o Bond de Timothy Dalton estava adiante de seu tempo, oferecendo o primeiro retrato verdadeiramente duro do espião britânico. Hoje, ele é visto como o ator que abriu caminho para a reinvenção moderna do personagem.

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