Livro revela identidade secreta de Carlos Zéfiro, o maior cartunista erótico do Brasil

José Elias Mendes

Livro revela identidade secreta de Carlos Zéfiro, o maior cartunista erótico do Brasil

Carlos Zéfiro foi um dos nomes mais famosos do Brasil nos anos 1950 e 1960. Ele era autor de quadrinhos eróticos ilustrados que, basicamente, ajudaram muito na educação sexual do brasileiro daquela época.

As suas revistas eram clandestinas e foram apelidadas ironicamente, nas ruas, como “catecismos”. Elas eram publicadas no mesmo formato que os livretos usados nas igrejas para o ensino da religião.

As histórias eram muito picantes e contavam com muitas cenas de sexo explícito. Era o pornô daquela época.

“Carlos Zéfiro tinha uma safadeza tipicamente carioca. Se Nelson Rodrigues conduzia o público até a porta da alcova, era Zéfiro quem deixava a porta escancarada” definiu o jornalista baiano Gonçalo Junior, em entrevista para O Globo. Ele é autor do livro ‘O Deus Da Sacanagem: a vida e o tempo de Carlos Zéfiro’, já nas livrarias pela Editora Noir.

O livro é a primeira obra biográfica sobre o autor tão famoso, mas que ninguém conhecia o rosto. “Quem é Carlos Zéfiro?” era o grande mistério ao longo dos anos 1970 e 1980. A identidade real era totalmente secreta, pelos mais diversos motivos – inclusive quando foi incansavelmente procurado pela Ditadura Militar.

Em 1991, o desenhista Eduardo Barbosa revelou, em entrevista ao jornal ‘A Notícia’ ser ele o pornógrafo que passou décadas oculto pelo pseudônimo. Mas não era verdade!

Foi o jornalista Juca Kfouri que revelou, alguns meses depois, toda a verdade nas páginas da revista ‘Playboy’: Zéfiro era um funcionário público aposentado chamado Alcides Caminha. Ele vivia anônimo e cercado de filhos e netos.

Após a revelação, ele viveu apenas mais 9 meses, vindo a morrer em 1992. No entanto, nesse curto período de tempo, recebeu todo o reconhecimento que jamais tinha sonhado em seus tempos de anonimato.

“Nas primeiras oito páginas dos seus quadrinhos, Zéfiro mostra como se leva a mulher para a cama, mas com respeito e com prazer, inclusive para a mulher. Ele não fazia nenhum juízo de moral, era libertário e confrontador”, fala o autor da biografia.

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