O renomado cineasta Martin Scorsese abriu o coração sobre um capítulo pouco conhecido de sua vida: sua passagem — e expulsão — de um seminário católico durante a juventude. A revelação faz parte da série documental Mr. Scorsese, dirigida por Rebecca Miller, que estreou no Festival de Cinema de Nova York em 4 de outubro e chega ao catálogo da Apple TV+ em 17 de outubro.
Conhecido por obras que exploram fé, culpa e redenção, como A Última Tentação de Cristo e Silêncio, Scorsese sempre demonstrou forte ligação com temas religiosos. No primeiro episódio da série, o diretor relembra como, ainda criança, ficou fascinado pela Igreja Católica após assistir à sua primeira missa na Catedral de St. Patrick, em Nova York. Inspirado pela experiência, ele decidiu seguir os estudos religiosos — até perceber que não estava destinado ao sacerdócio.
A ideia do sacerdócio é se dedicar aos outros, e é realmente sobre isso. Mas eu percebi que não pertencia àquele mundo. Tentei continuar, mas chamaram meu pai e disseram: ‘Tire ele daqui’. Eu me comportei mal.
Scorsese não especifica o motivo de sua expulsão, mas brinca com o contraste entre sua juventude inquieta e os temas intensos — muitas vezes envolvendo sexo, drogas e violência — que permeiam seus filmes.
Após deixar o seminário, o futuro diretor se formou em Letras pela Universidade de Nova York e concluiu um mestrado em Educação. Em 1967, fez sua estreia na direção com Quem Bate à Minha Porta?, dando início a uma carreira que já dura quase seis décadas. Desde então, construiu uma filmografia icônica com títulos como Taxi Driver, Touro Indomável, Os Bons Companheiros, Cassino, Gangues de Nova York e O Irlandês. Scorsese foi indicado dez vezes ao Oscar de Melhor Diretor, vencendo em 2006 por Os Infiltrados.
A série Mr. Scorsese conta com cinco episódios e traz entrevistas com familiares, colegas e colaboradores de longa data, incluindo Robert De Niro, Leonardo DiCaprio, Daniel Day-Lewis, Steven Spielberg, Margot Robbie, Cate Blanchett, Mick Jagger, Sharon Stone e Jodie Foster.
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