Em 2015, com a saída conturbada de Hideo Kojima da Konami e o lançamento de Metal Gear Solid V, muitos acreditaram que seria o fim definitivo da franquia. A situação piorou quando, em 2018, a empresa lançou o polêmico Metal Gear Survive, spin-off que rapidamente foi esquecido pelos fãs.
Agora, uma década depois, a série retorna com Metal Gear Solid Delta: Snake Eater, um remake do clássico do PS2 que promete honrar o legado da saga.
Fidelidade acima de tudo
Desde o anúncio, a Konami deixou claro que Metal Gear Solid Delta seria extremamente fiel ao material original. Toda a trilha de áudio do jogo de 2004 foi mantida, apenas remasterizada, sem falas novas ou cortes. A história, portanto, é exatamente a mesma, e isso deve tranquilizar os fãs que temiam mudanças drásticas sem Kojima no comando.
As novidades ficam por conta dos gráficos atualizados e da jogabilidade modernizada, elementos que transformam a experiência sem mexer na essência.
Visual impressionante, mas com ressalvas
O remake impressiona pelos visuais detalhados, da densidade da selva até as pinturas faciais do Snake, tudo ganhou uma riqueza de textura. No entanto, alguns problemas técnicos chamam atenção, como o movimento dos cabelos compridos da EVA, que apresentam serrilhados em certas cenas, e os dedos do Snake, que em closes específicos revelam falta de polimento.
Apesar dessas falhas pontuais, o resultado geral é de altíssima qualidade e eleva o clássico a um novo patamar visual.
Jogabilidade atualizada ao estilo MGSV
O remake adota um sistema mais próximo de Metal Gear Solid V, como câmera em terceira pessoa livre, a possibilidade de se movimentar agachado, além de poder mirar e atirar em primeira ou terceira pessoa over-the-shoulder.
Outra novidade bem-vinda é a possibilidade de trocar roupas e pinturas faciais em tempo real, sem precisar acessar menus, agilizando a infiltração e mantendo o ritmo dinâmico.
Ainda assim, há um contraste. Como os mapas foram mantidos fiéis ao design original de PS2, em alguns momentos a visão moderna pode atrapalhar a percepção do ambiente. Por outro lado, batalhas icônicas, como contra The End, ficaram mais acessíveis.
Para os nostálgicos, existe a opção de jogar com a gameplay clássica, valorizando ainda mais a experiência.
O futuro da saga
Metal Gear Solid Delta é, acima de tudo, um retorno seguro. Alguns podem criticar a falta de ousadia, mas é compreensível: com a ausência de Kojima, a Konami preferiu não correr riscos e preservar a essência da franquia.
O resultado é um remake sólido, que honra o original, melhora apenas o que precisava e abre caminho para um possível futuro da série. Agora, resta saber: qual será o próximo passo de Metal Gear?
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