Michelle Buteau usou seu novo especial de stand-up, Michelle Buteau: A Buteau-ful Mind, para se manifestar contra os comentários de Dave Chappelle sobre a comunidade trans.
Durante a apresentação, que foi transmitida pela Netflix, a comediante não hesitou em abordar as controvérsias envolvendo o colega de profissão.
Em uma das partes de seu show, Buteau fez piadas sobre sua amiga “lésbica negra”, mas logo aproveitou o momento para criticar Chappelle, conhecido por suas falas contra pessoas trans.
A comediante explicou que o humor não precisa ser prejudicial: “Podemos contar piadas e histórias sem difamar toda uma comunidade”, afirmou ela, destacando a importância de respeitar os outros enquanto se faz comédia.
Buteau aproveitou a oportunidade para se dirigir diretamente ao público: “Se vocês algum dia encontrarem Dave Chappelle, podem avisá-lo disso? Eu não acho que ele saiba disso”.
A resposta da plateia foi de apoio, com muitos aplaudindo suas palavras. Em seguida, ela fez uma brincadeira com a sigla “GOAT” (que normalmente significa “Maior de Todos os Tempos”), sugerindo que, no caso de Chappelle, ela se aplicaria a “indo contra as pessoas trans”.
A comediante também deixou claro sua posição em relação ao tipo de humor que busca criar.
“Dave, não é engraçado. É perigoso. Torne isso engraçado”, concluiu. Ela afirmou que seu objetivo no humor é completamente diferente do de Chappelle, buscando sempre criar um ambiente onde as pessoas se sintam “seguras, vistas, ouvidas e entretidas”.
Buteau ainda expressou seu espanto com o fato de alguém como Chappelle ganhar milhões de dólares fazendo comédia que, segundo ela, faz as pessoas se sentirem inseguras.
Dave Chappelle, The Closer
“Eu quero fazer milhões e milhões de dólares para fazer as pessoas se sentirem seguras”, disse, deixando claro que seu estilo de comédia busca a inclusão e o respeito.
A polêmica envolvendo Dave Chappelle começou em 2021, com seu especial The Closer, no qual ele fez várias piadas sobre pessoas trans. O conteúdo gerou uma onda de críticas e até protestos dentro da Netflix, com alguns funcionários da plataforma questionando a postura da empresa. Apesar da controvérsia, Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, defendeu o comediante, afirmando que, no stand-up, a liberdade artística deve prevalecer.
Após as críticas, Chappelle se mostrou disposto a ouvir as opiniões contrárias, mas manteve seu posicionamento em seu especial subsequente, The Dreamer.
O debate sobre os limites do humor e a responsabilidade dos comediantes continua a gerar discussões, principalmente quando se trata de temas sensíveis como a identidade de gênero.
FONTE: EW
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