O lançamento de Mindseye não foi apenas decepcionante para os jogadores — ele também trouxe sérias consequências dentro do estúdio Build a Rocket Boy. Nesta semana, quase 100 funcionários atuais e antigos assinaram uma carta aberta contra a empresa, denunciando o que chamam de “desrespeito e maus-tratos históricos” por parte da direção, incluindo o fundador Leslie Benzies.
Acusações de demissões em massa e más condições
De acordo com o sindicato IWGB Game Workers, o estúdio teria demitido entre 250 e 300 pessoas após o lançamento de Mindseye. A justificativa da carta aponta que a direção não teria considerado a experiência e conhecimento dos funcionários, resultando em um dos piores lançamentos de jogos desta década.
Além disso, os ex-funcionários relatam falta de transparência e comunicação, afirmando que mudanças radicais eram aplicadas sem consulta ou aviso prévio. A carta destaca ainda que, nos quatro meses que antecederam o lançamento, todos os funcionários tiveram 8 horas de horas extras obrigatórias por semana, com um sistema de compensação que previa sete horas de folga a cada oito trabalhadas. Mesmo assim, muitos ainda não conseguiram usufruir dessas folgas devido à pressão por tarefas “de alta prioridade” mesmo após o lançamento.
Problemas no processo de demissão
O documento classifica a forma como as demissões foram conduzidas como “desastrosa”, alegando que os funcionários receberam informações erradas sobre seus prazos de aviso prévio, equipes internas e condições de desligamento, o que pode ter levado a demissões injustas.
Os signatários exigem um pedido público de desculpas, compensação adequada para os demitidos e mudanças concretas na gestão da empresa. Entre as reivindicações estão:
- Reconhecimento formal do IWGB como sindicato
- Compromisso de usar parceiros externos para processos de redundância futuros
- Opção para funcionários ainda em aviso prévio de trabalhar normalmente ou receber pagamento equivalente
Funcionários questionam a cultura de “família”
A carta termina com uma crítica direta a Benzies e ao co-CEO Mark Gerhard, lembrando que os executivos costumam se referir aos colaboradores como “família”:
“Você frequentemente se refere aos seus funcionários como ‘família’. Mas pedimos que considerem: é assim que vocês realmente tratam a sua própria família?”
O caso levanta debates importantes sobre condições de trabalho na indústria de games, especialmente em estúdios de grande porte e projetos ambiciosos. Até o momento, Build a Rocket Boy não se pronunciou oficialmente sobre as acusações.
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