Depois de algumas horas mergulhado em ‘Moonlighter 2: The Endless Vault‘, jogando, rejogando, testando sistemas, quebrando a economia e tentando entender até onde vai o novo game da Digital Sun, finalmente consegui sentar e escrever para vocês o que encontrei aqui.
Sente-se e preste atenção em cada palavra desta análise, pois em ‘Moonlighter 2: The Endless Vault‘ pude encontrar um verdadeiro tesouro no gênero RPG de ação e roguelite.
A Vida em Tresna — A Nova Fase de Will
O jogo começa colocando Will, nosso clássico mercador-aventureiro, em uma situação bem mais dramática do que no primeiro título.
Depois que dimensões entram em colapso e uma ameaça chamada Moloch força a queda de Rynoka, o protagonista e outros sobreviventes vão parar em Tresna, uma vila cheia de náufragos dimensionais tentando reconstruir suas vidas.
É aqui que o loop clássico da franquia renasce:
- Explorar masmorras imprevisíveis
- Coletar relíquias com comportamentos bizarramente vivos
- Voltar para vender tudo
- Investir na vila
- Repetir
Só que agora, tudo é mais profundo, mais perigoso e mais lucrativo — dependendo de como você joga.
A Grande Mudança: As Relíquias São “Vivas”
Se no primeiro jogo os itens eram só itens, agora eles praticamente têm personalidade.
As Relíquias possuem níveis de qualidade, maldições e comportamentos próprios conforme o bioma de origem. Isso transforma completamente a dinâmica de loot:
• The Gallery
Relíquias podem Chocar outras. Às vezes isso vira um lucro enorme; às vezes é uma bomba prestes a explodir.
• Aeolia
Itens absorvem qualidade uns dos outros ou petrificam tudo, transformando loot premium em cristais frágeis que desaparecem ao sair da masmorra.
• Kalina
Um playground de caos: aqui você queima relíquias para criar efeitos poderosos, mas perde parte do inventário no processo.
Ao dominar essas regras, você aprende a montar sua mochila como um Tetris de risco e recompensa. E é viciante.
Combate Bem Mais Agressivo e Estratégico
Se ‘Moonlighter 1’ era um RPG de ação simples, ‘Moonlighter 2: The Endless Vault‘ flerta abertamente com influências de Hades — e se dá bem com isso.
O combate é rápido, com feedback forte e com espaço para skill real:
- Inimigos entram em Estado de Ruptura ao tomar dano demais
- A mochila vira arma: empurrar, arremessar, desequilibrar
- Salas funcionam como micro-arenas com variações de terreno e ondas de inimigos
- Morrer custa valor de relíquias, o que dói de verdade
É um sistema que recompensa a precisão. Avançar só por avançar é receita para prejuízo.
Armas: Seis Estilos, Seis Maneiras de Jogar
O arsenal está maior e mais interessante. Cada arma tem mecânicas próprias e exige uma mentalidade diferente:
• Espada Curta
Balanceada, com finalizadores automáticos e especiais de área.
• Manoplas
Acúmulo de Fúria, punhos rápidos e estilo agressivo.
• Lança
Controle de distância, pontas de lança que podem ser recolhidas para causar dano em linha.
• Espadão
Lento, devastador, mas consome Precisão — uma mecânica que exige timing perfeito.
• BLO-Blaster
A arma caos: curta distância, explosivo e ótimo contra grupos.
• BLO-Beam
Laser perfurante que atravessa tudo. Quando você acerta o carregamento certo, é lindo.
Nenhuma arma parece inútil. Todas têm um propósito — e eu troquei de estilo várias vezes ao longo da campanha, dependendo do bioma.
A Loja: Agora Sim, Comércio de Verdade
Se você curtiu ser mercador no primeiro jogo, aqui é onde a magia acontece.
O gerenciamento de loja foi redesenhado para ser profundo, dinâmico e, às vezes, cruel:
- Ajustar preços manualmente
- Clientes com comportamentos diferentes (ricos, generosos, frequentes, exigentes)
- Eventos VIP e dias temáticos por dimensão
- Decorações que alteram a jogabilidade
- Mobília com bônus reais
- Benefícios de Loja liberados após vender o suficiente
- K33P3R, seu robô-assistente, ajudando com upgrades e armazenamento
A loja exige estratégia, planejamento e sensibilidade econômica. É fácil pensar “vou cobrar mais caro”… até ver três clientes indo embora.
É um sistema que não te trata como criança — e isso me ganhou.
Trilha, Gráficos e Atmosfera
A troca da pixel art para o 3D isométrico foi ousada, e no início eu fiquei receoso.
Mas o jogo carrega charme, fluidez e identidade suficiente para que o visual funcione muito bem.
A trilha sonora continua suave, misteriosa, com aquele ar de “vida noturna de mercador que vive perigos”. E as animações de combate são ótimas.
A sensação de leveza, descoberta e nostalgia que o jogo nos traz me fez sentir o gosto mágico de jogar videogame pela primeira vez.
‘Moonlighter 2: The Endless Vault‘ me lembrou, depois de muito tempo, que os tesouros mais preciosos nem sempre estão nas maiores dungeons.
Para quem quiser ter essa experiência fantástica, ‘Moonlighter 2: The Endless Vault‘ está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S e Steam.
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