Morgan Freeman critica Mês da História Negra: ‘vai me dar o mês mais curto do ano?’

William Prado

Morgan Freeman critica Mês da História Negra: ‘vai me dar o mês mais curto do ano?’

Morgan Freeman, renomado ator e produtor, expressou sua insatisfação com o Mês da História Negra, afirmando que a ideia de dedicar apenas um mês para celebrar a história negra é inadequada.

“Eu detesto isso. A mera ideia disso. Você vai me dar o mês mais curto do ano [fevereiro]? E vai celebrar ‘minha’ história?! Essa ideia toda me deixa irritado. Não é certo”, disse Freeman em entrevista à Variety.

“Minha história é a história americana. É a única coisa neste mundo que me interessa, além de ganhar dinheiro, me divertir e dormir o suficiente”.

Morgan Freeman, junto com Lori McCreary, produziu a série da Guerra Civil The Gray House por meio da Revelations Entertainment.

A série, inspirada em eventos reais, conta a história de quatro mulheres sulistas que espionam para a União: Elizabeth Van Lew, uma socialite da Virgínia, sua mãe, Mary Jane Richards, uma ex-escrava, e uma prostituta.

“Se você não conhece seu passado, se não se lembra dele, está fadado a repeti-lo”, disse Freeman, destacando a relevância da série.

A produção também conta com Kevin Costner como produtor executivo e foi lançada no Festival de Televisão de Monte-Carlo, onde Freeman recebeu o prêmio Crystal Nymph. “É uma série ampla”, observou Morgan Freeman.

“Há tantas pessoas na série porque estamos reconhecendo que elas estavam lá. Se você pode fazer isso, se você tem espaço para isso, parabéns. Não aconteceu apenas com um grupo de pessoas”.

Lori McCreary, parceira de Freeman na produção, compartilhou a importância de contar histórias autênticas.

“Não estamos branqueando, não estamos adoçando o fato de que os afro-americanos foram escravizados. Eles não eram tratados como pessoas completas”, afirmou McCreary.

“Quando você termina de assistir essas oito horas, talvez você olhe para alguém que se parece com Morgan ou comigo de maneira diferente. Você entenderá a experiência deles, a experiência de seus antepassados e será capaz de se relacionar”.

A série The Gray House também destaca a força das personagens femininas, mostrando que elas desempenhavam papéis significativos e não apenas secundários.

“Quando assisto algo e é uma representação autêntica de mulheres, fico engajada. E muitas vezes, sinto que aquelas com as quais posso me relacionar estão em segundo plano”, disse McCreary.

“Quanto mais pessoas como Morgan e eu pudermos contar nossas próprias histórias – porque ninguém mais o fará – mais entenderemos que as mulheres são tudo. Somos donas de casa, mães e cientistas. E espiãs!”.

Ao pesquisar a história, McCreary descobriu mais sobre Mary Jane Richards, uma mulher com memória fotográfica que se ofereceu para se infiltrar na Gray House e espionar para a União.

“Ela estava servindo chá e observando todos os mapas. Eu não sabia que havia alguém que arriscou toda a sua vida assim. Deveria haver capítulos nos livros de história dedicados a ela. Não sei por que ela foi ignorada”, comentou McCreary.

Freeman concluiu: “Eu vou te dizer por que: ela era uma mulher”.

FONTE: Variety

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