Morte de Paul Teal chama atenção para aumento de câncer em jovens

Redação

Morte de Paul Teal chama atenção para aumento de câncer em jovens

Paul Teal, ator conhecido por interpretar Josh Avery na série One Tree Hill, faleceu na última sexta-feira (15), aos 35 anos, vítima de câncer.

A notícia foi divulgada por sua noiva, Emilia Torello, em uma postagem emocionante nas redes sociais. “Você foi levado cedo demais, em uma batalha que você lutou bravamente sem falhar”, escreveu Emilia no Instagram.

A morte de Teal destaca uma realidade preocupante: o número de diagnósticos de câncer em pessoas com menos de 50 anos está crescendo rapidamente em todo o mundo.

De acordo com um estudo publicado na revista BMJ Oncology, houve um aumento de 79% nos casos entre jovens adultos nas últimas três décadas, totalizando 1,8 milhão de novos diagnósticos globalmente.

Embora o câncer seja mais comum em pessoas idosas, o aumento entre indivíduos mais jovens exige atenção redobrada de especialistas e políticas públicas.

Segundo o oncologista Carlos Gil Ferreira, diretor médico da Oncoclínicas e presidente do Instituto Oncoclínicas, a detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de sucesso no tratamento.

“É preciso estimular a conscientização da população sobre a importância dos exames de rotina. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maior será a eficácia das terapias e as chances de cura”, destaca Ferreira.

Embora o tipo de câncer enfrentado por Paul Teal não tenha sido revelado, o estudo aponta que o câncer de mama é o mais frequente entre pessoas com menos de 50 anos, seguido pelos de traqueia e próstata.

O câncer precoce afeta de forma desigual as diferentes regiões do mundo. Nos países de baixa e média renda, como o Brasil, mulheres são mais impactadas que homens, tanto em número de casos quanto em óbitos, muitas vezes devido à dificuldade de acesso a exames diagnósticos e preventivos, como a vacina contra o HPV.

“Além dos fatores genéticos e de estilo de vida, as condições socioeconômicas desempenham um papel crucial na forma como a doença é enfrentada”, explica Ferreira.

“Acesso a hospitais, transporte, vacinação e suporte financeiro para tratamentos são fatores que podem determinar o desfecho para muitos pacientes”. 

Em 2019, mais de 1 milhão de pessoas com menos de 50 anos morreram de câncer, um aumento de 28% em relação a 1990.

A tendência é de crescimento: até 2030, espera-se um aumento de 31% nos novos casos e de 21% nas mortes relacionadas à doença.

Paul Teal - One tree hill

Os números globais são alarmantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2050, o número de novos casos de câncer saltará de 20 milhões (2022) para 35 milhões, um aumento de 77%. Atualmente, cerca de 53,5 milhões de pessoas vivem com a doença no mundo.

No Brasil, em 2022, foram registrados mais de 1,6 milhão de pacientes oncológicos, com destaque para os tumores de próstata, mama feminina e colorretal. Projeções indicam que, até 2050, o país terá 1,15 milhão de novos diagnósticos anuais de câncer, um crescimento de 83,5%.

As mortes por câncer também devem dobrar, saltando de 278 mil para 554 mil no mesmo período, reforçando a necessidade de ações preventivas, investimentos em saúde pública e conscientização da população.

Especialistas destacam que o aumento da incidência de câncer entre jovens está ligado a uma combinação de fatores: hábitos de vida, fatores ambientais e questões genéticas. Além disso, a dificuldade de acesso a serviços médicos em muitas regiões agrava o problema.

Promover a vacinação, incentivar hábitos saudáveis e ampliar o acesso a exames preventivos são medidas essenciais para frear o avanço da doença. “Cada avanço na detecção precoce significa mais vidas salvas”, conclui Ferreira.

Com dados preocupantes e histórias como a de Paul Teal, a luta contra o câncer ganha ainda mais urgência. 

Fonte: Oncoclínicas

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