O astrofísico Neil deGrasse Tyson, conhecido por suas análises científicas de elementos da cultura pop, apontou que o filme de super-herói com a cena mais irrealista de todos os tempos é Superman de 1978.
Durante a estreia do filme Speak No Evil, Tyson criticou uma das cenas mais emblemáticas do longa estrelado por Christopher Reeve, alegando que ela “quebra todas as leis da física.”
Tyson destacou a sequência em que Superman voa ao redor da Terra em alta velocidade para reverter o tempo e impedir a morte de Lois Lane. Para o astrofísico, essa cena representa uma violação extrema das leis naturais.
“É definitivamente Superman um, onde ele voa para trás ao redor da Terra e reverte o tempo. Quero dizer, por favor,” disse Tyson. Ele ainda acrescentou que, na vida real, o ato de desacelerar ou parar a rotação do planeta resultaria em consequências catastróficas, como a morte de bilhões de pessoas devido a tsunamis globais:
“Se ele tivesse desacelerado a Terra e a parado, ele teria matado um bilhão de pessoas porque todos os oceanos teriam avançado sobre os continentes, e isso tudo para salvar Lois.”
Enquanto a cena do herói kryptoniano desafia o senso comum, Tyson também compartilhou sua preferência por super-heróis que utilizam conceitos científicos mais realistas, citando Rick, de Rick e Morty, como um exemplo que ele considera autêntico, em comparação com heróis que utilizam magia, como Doutor Estranho: “Eu prefiro Rick de Rick e Morty porque quando ele abre aqueles portais, ele usa ciência real, enquanto o Doutor Estranho usa magia. Então, é a ciência real que eu escolho aqui.”
Apesar da crítica ao clássico da DC, Tyson sugeriu uma ideia de confronto entre super-heróis que seria mais compatível com as leis da física: um duelo entre Batman, da DC, e Homem de Ferro, da Marvel.
Segundo ele, esse embate seria mais plausível, pois envolveria dois humanos utilizando tecnologia avançada: “Então, é tecnologia contra tecnologia e quem pode ser mais esperto. E sabemos que Homem de Ferro limparia o chão com Batman porque Batman, ele não conhece a ciência. É o seu rico aparato militar corporativo que apenas compra as coisas, enquanto Homem de Ferro sabe exatamente o que está fazendo. Ele está no laboratório. Então, há uma autenticidade nisso que você não encontra com os outros super-heróis.”
Neil deGrasse Tyson também já havia expressado anteriormente sua preferência pela abordagem científica da Marvel em comparação com a DC Comics. Em 2020, ao ser questionado sobre qual editora é mais precisa cientificamente, ele respondeu sem hesitar:
“Ah, sim. Sem dúvida. Não há dúvida,” afirmou Tyson. “Ah, é óbvio. A Marvel vence esse concurso facilmente em comparação com a DC Comics, se por nenhuma outra razão que quase todos, exceto Thor e talvez um ou dois outros de quem eu perdi a conta, quase todos com poderes na Marvel Comics, esses poderes são derivados de algo científico que aconteceu com eles.”
Tyson destacou personagens da Marvel como o Homem-Aranha, que obteve seus poderes após ser mordido por uma aranha radioativa em um laboratório, e o Hulk, cuja transformação é resultado de raios gama:
“Todo mundo tem uma história baseada na ciência por trás de seus superpoderes, e isso cria um cenário fértil ao qual você pode voltar se precisar. Além disso, Banner era um médico, pelo amor de Deus. Então, isso tem valor.”
A nova análise de Neil deGrasse Tyson reforça sua visão de que o uso de conceitos científicos é essencial para a criação de narrativas que, mesmo fictícias, respeitam certos princípios da realidade.
FONTE: ComicBook
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