Netflix diz que filmes da Warner Bros. continuarão nos cinemas, mas janelas de exibição devem ficar “mais amigáveis ao consumidor”

William Prado

Netflix diz que filmes da Warner Bros. continuarão nos cinemas, mas janelas de exibição devem ficar “mais amigáveis ao consumidor”

A possível aquisição da Warner Bros. pela Netflix — avaliada em US$ 82,7 bilhões — continua rendendo declarações importantes sobre o futuro dos lançamentos cinematográficos

Durante uma conferência com investidores nesta sexta-feira, o co-CEO da plataforma, Ted Sarandos, reforçou que o acordo não significará o fim das estreias da Warner nos cinemas.

Segundo ele, caso o negócio seja concluído, a empresa “espera” manter os filmes do estúdio nas salas de exibição, como já ocorre hoje.

Sarandos fez questão de destacar que a Netflix não é “contra filmes no cinema”, mas que ainda enxerga problemas nos modelos tradicionais de janelas exclusivas entre exibições.

Em 2025, a empresa lançou 30 filmes nos cinemas, embora a maioria tenha tido um período bem mais curto de exclusividade nas telonas.

“Não é como se tivéssemos oposição a filmes nos cinemas. Minha crítica sempre foi às longas janelas exclusivas, que não são muito amigáveis ao consumidor”, afirmou Sarandos.

Janelas devem mudar — mas os cinemas continuam no plano

Questionado sobre possíveis mudanças na política da Netflix caso a compra da Warner Bros. seja aprovada, Sarandos foi direto: o ciclo de lançamento dos filmes pode “evoluir”.

Não vejo isso como uma mudança de abordagem. Com o tempo, as janelas vão evoluir para serem mais amigáveis ao consumidor, atendendo o público mais rápido.

Por outro lado, o executivo garantiu estabilidade no modelo atual:

Tudo que está previsto para os cinemas pela Warner Bros. continuará indo para os cinemas pela Warner Bros.

A Netflix também deve manter sua prática atual de lançar alguns títulos com passagem curta pelas telonas, especialmente quando se trata de produções cotadas para a temporada de premiações — como “Casa de Dinamite”, “Frankenstein” e o novo “Nárnia: O Sobrinho do Mago”, previsto para estrear em salas IMAX no ano que vem.

A plataforma, inclusive, reforçou seu interesse em salas físicas ao adquirir e restaurar cinemas históricos, como o Paris Theater, em Nova York, e o Egyptian Theatre, em Los Angeles.

Donos de cinemas seguem desconfiados

Se, de um lado, a Netflix promete manter as operações, do outro, as redes de cinema encaram o acordo com desconfiança. 

A Cinema United, a maior associação de exibidores do mundo, classificou a potencial compra como uma ameaça inédita ao setor. O CEO Michael O’Leary disse o seguinte:

A aquisição da Warner Bros. pela Netflix representa um risco sem precedentes para o mercado global de exibição.

A entidade criticou o histórico da plataforma e disse que o modelo de negócios da Netflix “não apoia o cinema tradicional”

O’Leary destacou ainda a necessidade de que reguladores avaliem com cuidado os efeitos da transação.

Enquanto isso, a Netflix segue defendendo que não pretende abandonar os cinemas — apenas modernizar as regras de lançamento.

O futuro do cinema pode estar prestes a mudar

Se o acordo for aprovado, o mercado deve passar por uma nova fase de ajustes entre streaming, salas de cinema e janelas de exclusividade

Entre polêmicas, promessas e muita cautela, uma coisa é certa:

A relação histórica entre a Warner Bros. e as telonas deve continuar — mas com uma abordagem mais flexível e voltada para o público.

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