O remake de Nosferatu, um dos filmes mais aguardados de 2024, já é um grande sucesso, com uma arrecadação superior a US$ 40 milhões apenas nos cinemas norte-americanos.
Sob a direção de Robert Eggers, conhecido por títulos como A Bruxa e O Farol, o filme revisita o clássico de 1922 com uma abordagem inovadora e sombria.
Em uma recente entrevista, Eggers compartilhou detalhes inéditos sobre a emblemática cena final entre Conde Orlok e Ellen Hutter, destacando que, embora o resultado mantenha a essência da obra original, algumas escolhas criativas foram removidas por serem consideradas exageradamente grotescas.
“Mesmo enquanto eu lutava para definir o desfecho de Orlok, aquele plano final sempre foi o que imaginei”, revelou Eggers. Ele destacou ainda a inspiração no tema Morte e a Donzela, que ele descreveu como algo que “parece muito bonito”.
Detalhes perturbadores cortados da cena
O diretor explicou que, inicialmente, a cena continha elementos visualmente mais chocantes. Segundo Eggers, Conde Orlok deveria apresentar sangramentos não apenas pelos olhos, ouvidos e nariz, mas também por outras partes do corpo.
“Também ajustamos para que ele sangrasse pelo ânus, mas ficou muito cômico. Quando começamos a gravar, tivemos literalmente que colocar uma rolha”, contou Eggers.
Apesar dessas alterações, a cena final mantém um toque macabro característico do cineasta, com detalhes que diferenciam a versão atual do clássico original.
A sensualidade na releitura de Nosferatu
Diferente da simplicidade do filme de 1922, o remake traz um tom mais sensual e sombriamente intrigante na relação entre os protagonistas.
Eggers comentou sobre o contraste visual entre os atores, descrevendo Ellen, interpretada por Lily-Rose Depp, como “uma boneca”, e Orlok, vivido por Bill Skarsgård, como “um crânio com bigode”.
Essa combinação reforça a dualidade entre desejo e terror, que permeia toda a narrativa.
Os atores também compartilharam suas impressões sobre o desfecho. Skarsgård enfatizou que a cena mistura diversos sentimentos, como amor, desejo e fome, afirmando:
Quero que as pessoas pensem: ‘Ele vai morder o rosto dela?’ E então aquilo se transforma em um beijo. Nosferatu é um conto de fadas sombrio, mas também é sobre duas pessoas potencialmente se apaixonando. (…) Se não é amor, é um desejo, um apetite, uma vontade de devorar
Já Depp destacou o impacto emocional da cena final. “É de partir o coração e, de certa forma, agridoce, porque ela está fazendo um bem, quebrando a maldição, mas também se entregando a um desejo obscuro que possui. Queríamos que todas essas emoções fossem palpáveis, que parecessem reais”, afirmou.
Uma abordagem moderna para um clássico atemporal
O diretor Robert Eggers impressionou a crítica com sua interpretação singular do conto clássico.
A cena de morte de Conde Orlok reflete não apenas a essência sombria da história, mas também o tom mais visceral e emocional que o cineasta quis trazer à obra.
O final, ao mesmo tempo que provoca medo, também explora desejos profundos e complexos, gerando reflexões e conquistando o público.
Nosferatu está atualmente em cartaz nos cinemas.
FONTE: Variety
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