No mundo dos games, reinventar-se faz parte da evolução. Às vezes, isso significa mudar o visual, o gênero… ou até o nome da franquia inteira. Seja por questões de marketing, direitos autorais ou apenas para se conectar melhor com o público, alguns títulos decidiram começar uma “nova vida” no meio da estrada.
E o curioso é que, em muitos casos, essa troca acabou ajudando as séries a se tornarem ainda mais icônicas. Vamos ver aqui algumas franquias de games que mudaram de nome no meio da sua trajetória.
Dragon Quest: antes chamado de Dragon Warrior
A franquia Dragon Quest, da Square Enix, é uma das mais amadas do Japão — mas durante anos, os jogadores do Ocidente a conheciam por outro nome: Dragon Warrior.
Isso aconteceu por conta de problemas de direitos autorais com o nome “Quest” nos EUA. O título só voltou a se chamar Dragon Quest oficialmente no Ocidente com o lançamento do Dragon Quest 8, no PlayStation 2.
Foi quando a série finalmente unificou seu nome mundialmente — e o público ocidental entendeu que estava diante de um dos maiores RPGs de todos os tempos.
Red Dead Redemption: antes da redenção, veio o revólver
Muita gente acha que a série começou com Red Dead Redemption, mas o primeiro game da saga foi Red Dead Revolver, lançado pela Capcom e depois assumido pela Rockstar.
A mudança de nome acompanhou a transformação da série — de um shooter de faroeste pra uma epopeia cinematográfica que redefiniu o gênero.
Like a Dragon: o “novo nome” da Yakuza

Divulgação: SEGA
Quando a Sega decidiu abandonar o título Yakuza e adotar o nome Like a Dragon, a mudança fez todo sentido. Afinal, esse sempre foi o nome original japonês (Ryu ga Gotoku, literalmente “Como um Dragão”).
A ideia era marcar uma nova fase, mais madura e global, da franquia — começando com Yakuza: Like a Dragon (2020), que trouxe os dois títulos, como forma de transição. O jogo seguinte, Like a Dragon: Infinite Wealth (2024), já abandonou o nome “Yakuza”.
No fim, o dragão rugiu ainda mais alto, e o nome “Yakuza” ficou apenas como uma lembrança nostálgica.
XCOM: conhecido como UFO antes do reboot
Antes de ser XCOM, a série era conhecida como UFO: Enemy Unknown. O clássico de estratégia nasceu nos anos 90, com aquele jeitão tenso de invadir bases alienígenas pixeladas.
Com o reboot feito pela Firaxis em 2012, o nome foi modernizado pra XCOM: Enemy Unknown, mantendo o DNA original, mas ganhando um novo fôlego. Hoje, XCOM é sinônimo de estratégia por turnos — e de perder soldados que você jurava que iam sobreviver à missão.
Mana: o “Final Fantasy” que não era Final Fantasy

Divulgação: Square Enix
Lembra de Final Fantasy Adventure no Game Boy? Pois é, ele não era um Final Fantasy de verdade.
O jogo era o primeiro título da franquia Mana, mas recebeu esse nome só para aproveitar o sucesso de FF no Ocidente. Quando Secret of Mana chegou, os jogadores finalmente entenderam que era outra série — uma que hoje é cultuada por sua trilha sonora e jogabilidade mágica.
Jet Set Radio: o “Jet Grind” que voltou às origens
Nos Estados Unidos, o clássico da Sega Jet Set Radio foi lançado como Jet Grind Radio por questões de marca registrada.
Mas o nome original, que reflete o estilo rebelde e urbano do jogo, acabou voltando nas versões seguintes — especialmente após o sucesso cult no Dreamcast. Hoje, com o retorno espiritual Bomb Rush Cyberfunk, o legado do rádio pirata de Tóquio está mais vivo do que nunca.
Shadow Hearts: antes de tudo, havia Koudelka
Pouca gente lembra, mas o primeiro jogo da franquia Shadow Hearts não se chamava assim. Ele era Koudelka, lançado para o PS1, misturando terror gótico e RPG.
O sucesso modesto abriu caminho para Shadow Hearts, que expandiu o universo e conquistou um público fiel — virando uma das séries mais queridas (e subestimadas) dos anos 2000.
Gears of War: ou apenas Gears, atualmente

Divulgação: Xbox Game Studios
A franquia da Microsoft começou como Gears of War, sinônimo de ação brutal e serras elétricas. Com o tempo, os títulos mais recentes passaram a usar apenas Gears, numa tentativa de modernizar a marca.
Mas parece que os fãs nunca largaram o “of War” — tanto que os jogos mais recentes da franquia, como o vindouro Gears of War: E-Day, voltaram a aderir ao título completo.
PUBG: de PlayerUnknown’s Battlegrounds ao apelido que dominou o mundo
Por fim, o caso mais curioso. O jogo nasceu como PlayerUnknown’s Battlegrounds — um nome impossível de dizer rápido. Mas os jogadores começaram a chamá-lo simplesmente de PUBG e o apelido pegou tanto que virou o nome oficial.
Hoje, PUBG é uma das marcas mais fortes dos battle royals, e um ótimo exemplo de quando a comunidade decide o que fica.
No fim das contas, mudar de nome pode parecer arriscado, mas às vezes é o empurrão que uma franquia precisa para marcar uma nova era. E se tem algo que esses jogos provaram, é que um nome pode mudar — mas o legado, esse fica pra sempre.
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