Na noite de sábado (15), o mundo parou para testemunhar a lenda do boxe, Mike Tyson, enfrentar Jake Paul. Muitos ainda usam o termo “influenciador” para diminuir o talento de Paul, conhecido por sua trajetória na internet.
No entanto, a verdade é que, além de influenciador, ele também é um lutador. E unindo os dois mundos, sua dedicação ao boxe e suas estratégias de marketing, Paul foi capaz de lotar o AT&T Stadium, em Dallas, com mais de 80 mil espectadores.
Quando somamos aos mais de 280 mil assinantes da Netflix assistindo ao evento, com cada assinatura representando, em média, três espectadores, o público global chegou a quase 1 bilhão de pessoas.
Para o mundo do boxe, esse evento foi um sopro de ar fresco, com boa parte do mérito indo para Jake Paul. No card principal, Whinderson Nunes fez sua estreia no boxe profissional contra o indiano Neeraj Goyat, que saiu vencedor.
Em seguida, duas lutas eletrizantes: a primeira, entre Mario Barrios e Abel Ramos, terminou em um empate acirrado, mostrando que até os campeões precisam de resiliência para manter seus títulos.
A segunda, considerada por muitos a melhor da noite, foi o duelo entre Katie Taylor e Amanda Serrano. A vitória, questionada por espectadores e pela equipe de Serrano, ficou com Katie Taylor.
Apesar das controvérsias, Taylor e Serrano entregaram um espetáculo digno dos melhores filmes de Rocky, lutando com bravura até o fim.
Serrano, com um destaque especial, resistiu a cabeçadas e um ferimento grave no supercílio, avançando incansavelmente até o último dos 10 rounds.
Parecia até o lendário Mike Tyson em ação, mas não o Tyson da luta contra Jake Paul — o Tyson em seu auge.
Tyson, que já não tem nada a provar, acumulou uma carreira com 58 lutas, 50 vitórias (44 por nocaute) e apenas 6 derrotas. Ainda assim, ficou claro que essa luta poderia ter sido mais do que foi.
Apesar de ter demonstrado força e velocidade nos treinos, as expectativas de que ele complicasse mais para Jake Paul não se confirmaram.
A realidade para os fãs de Tyson é difícil de aceitar. Ele não é mais o prodígio do boxe com 20 e poucos anos; agora é um senhor de 58, com uma vida marcada por altos e baixos e momentos de exaustão pelo esporte. Esse cansaço foi visível em vários momentos do fim de sua carreira.
Embora muitos acreditem que ele estivesse sem lutar por 20 anos, Tyson enfrentou Roy Jones Jr. em uma luta de exibição em 2020, que terminou em empate.
Essa luta já mostrava a verdade sobre os atletas: cada segundo faz diferença. Tyson, que antes avançava atropelando com a força de um Fusca a 50 km/h e tinha uma precisão de míssil, hoje não tem o mesmo impacto e agilidade.
O Tyson que enfrentou Roy Jones Jr. é o que os fãs deveriam ter em mente ao avaliar sua luta contra Jake Paul — não o jovem de 20 anos que derrotou Trevor Berbick e conquistou o cinturão da WBC.
Como foi dito, Mike Tyson é uma lenda do boxe, com poucos nomes que podem ficar ao seu lado na história.
Esperar de um ex-atleta a mesma performance de seus tempos áureos é injusto. Jake Paul não teria chances contra Tyson em seu auge, uma afirmação que poucos discordariam.
Portanto, essa luta deve ser vista pelo que realmente foi: um evento para promover o boxe e entreter. E nisso, ela cumpriu seu papel, garantindo uma boa remuneração para todos os envolvidos.
Por mais que seja difícil para os fãs ver Tyson errando golpes e sem o mesmo brilho, é preciso lembrar que ele já fez sua história. O que acontece agora é parte do show e do marketing.
Jake Paul nunca enfrentará o Mike Tyson que todos desejam ver no ringue (sorte dele). O tempo passa, e até os maiores campeões envelhecem.
https://www.youtube.com/watch?v=B7Y8GvYsAe8
FONTE: NETFLIX
Seja o primeiro a comentar