O Eternauta, em cartaz desde o dia 30 de abril na Netflix, já alcançou uma façanha e tanto com cerca de dez dias no ar: a produção argentina de ficção científica tornou-se a série de língua não inglesa mais assistida na Netflix em todo o mundo.
Ambientada em uma Buenos Aires apocalíptica, a produção, com seis capítulos e estrelada por Ricardo Darín, baseia-se na HQ de mesmo nome publicada entre 1957 e 1959. Em novembro de 2024, O Eternauta ganhou uma edição definitiva no Brasil pela Pipoca e Nanquim.
Publicado originalmente, na prestigiosa revista Hora Cero Semanal , O Eternauta elevou os quadrinhos argentinos a um novo patamar, influenciando gerações com sua mensagem de resistência e suas críticas ao imperialismo e militarismo.

Ricardo Darin estrela série baseada em HQ argentina dos anos 1950 (Marcos Ludevid/Netflix)
Porém, há diferenças substanciais entre a história apresentada pela Netflix e a obra original escrita por Héctor Germán Oesterheld e desenhada por Francisco Solano López. Vamos conhecer seis delas:
- A Netflix transpôs para os dias de hoje a trama que, na HQ, era ambientada nos anos 1950, retratando o contexto político e social da época;
- Com uma crítica política velada, a história de 1957 foca no coletivo, destacando o espírito de resistência em grupo. Já a série adota uma abordagem mais intimista e emocional, centrada no drama familiar e na relação entre pai e filha.
- Na HQ, o protagonista Juan Salvo tem lá seus 40 anos de idade. Na série, Juan (Ricardo Darin) passou dos 60;
- Falando em Juan Salvo, na Netflix ficamos sabendo que o protagonista é um ex-combatente da Guerra das Malvinas, aspecto que não está na HQ original;
- A série desenvolve mais as personagens femininas da trama. Enquanto na HQ Elena, a esposa de Juan Salvo, tem um papel secundário, na trama, ela se torna ex-esposa e ganha mais importância no contexto da história. A filha do casal Martita (na HQ) vira Clara e ganha papel central no enredo;
- Omar, Inga, Ana e Pecas são personagens criados para a série; não existem na HQ.
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