O clássico O Leão do Deserto, dirigido pelo cineasta sírio-americano Moustapha Akkad e lançado em 1981, retorna às telas com uma versão restaurada em 4K.
A estreia da nova versão acontecerá nesta semana durante o Festival de Cinema do Cairo, um evento de grande importância na indústria cinematográfica.
O filme, que conta com a atuação de Anthony Quinn e Oliver Reed, retrata a tentativa de Benito Mussolini de suprimir a rebelião na Líbia contra o domínio fascista italiano.
A produção épica é conhecida por suas paisagens deslumbrantes do deserto e intensas cenas de batalha, elementos que foram revitalizados pela restauração.
A trilha sonora, assinada por Maurice Jarre, também ganhou uma nova mixagem, trazendo mais profundidade à experiência cinematográfica.
A restauração foi conduzida pela Trancas International Films, com trabalhos realizados no Deluxe em Londres e no Private Island Sound em Hollywood.
Malek Akkad, filho de Moustapha Akkad, comentou o processo: “Foi um trabalho feito com muito amor por mim. O processo envolveu três filmes do meu pai – ‘A Mensagem’, ‘Ar-Risalah’ e ‘O Leão do Deserto’ – e cada um tem mais de três horas de duração. Levamos mais de três anos para concluir, escaneando quadro a quadro, corrigindo falhas, aprimorando a gradação de cores e remixando o som. Foi muito trabalho, mas o resultado final valeu a pena.”
Para Gianluca Chakra, CEO da Front Row Filmed Entertainment, a restauração de filmes como O Leão do Deserto carrega grande relevância cultural:
“Restaurar filmes como ‘O Leão do Deserto’ é uma forma de preservar parte do nosso patrimônio cultural global. Essas obras contam histórias atemporais sobre a resiliência humana e a luta por justiça. Dar nova vida a elas através da restauração assegura que continuem inspirando futuras gerações e lembrando-os dos eventos históricos que moldaram o mundo.”
Oliver Reed interpreta o General Graziani, encarregado por Mussolini, vivido por Rod Steiger, de sufocar a resistência liderada por Omar al-Mukhtar, personagem de Anthony Quinn. John Gielgud também integra o elenco.
Quando lançado, o filme foi descrito como “espetacular” pelo crítico Vincent Canby do The New York Times, mas gerou polêmica na Itália, onde foi proibido em 1982 pelo então primeiro-ministro Giulio Andreotti, sob a justificativa de que denegria as forças armadas italianas.
A proibição se manteve até 2009, quando foi exibido na televisão pela primeira vez durante uma visita histórica de Muammar Gaddafi à Itália. Vale lembrar que o filme foi financiado pelo governo de Gaddafi na época de sua produção.
A restauração de O Leão do Deserto reforça a importância de manter vivas as histórias históricas e o heroísmo, garantindo que essas narrativas continuem acessíveis e impactantes para as próximas gerações.
FONTE: Variety
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