Lançado no fim da última semana no Brasil, Jason Bourne é o quinto filme da franquia Bourne e uma sequência direta de O Ultimato Bourne, de 2007.
Não dá para negar que a franquia Bourne é um sucesso. Jason Bourne mal estreou e já conseguiu compensar, em arrecadação, os custos de US$ 120 milhões de sua produção.
Há quem critique o quinto filme da série, no entanto, Jason Bourne tem sido elogiado pela imprensa especializada. Jornalistas que comentaram o filme em veículos midiáticos afirmam, quase em consenso, que o longa pode até ser repetitivo com relação aos anteriores, mas ainda é uma das melhores opções no segmento de ação e espionagem.
Ricardo Calil, crítico da Folha de S. Paulo, deu duas estrelas entre três e disse que não se deve esperar nenhuma novidade estética ou temática de Jason Bourne, mas atributos técnicos e domínio narrativo do diretor Paul Greengrass. “O cineasta criou um modelo de produção de adrenalina: câmera na mão, cortes rápidos, trilha sonora em crescendo, estilo que emula o documental”, afirmou.
Segundo Calil, Jason Bourne é “mais do mesmo”. “Mas o mesmo, no caso, continua sendo o melhor que o cinema de ação hollywoodiano consegue produzir hoje sem recorrer maciçamente a efeitos especiais”, pontuou.
Marcelo Hessel, crítico do Omelete, deu três estrelas entre cinco e destacou que o protagonista Matt Damon tem um total de apenas 25 falas em Jason Bourne. “O diretor [Pauyl Greengrass] diz que já tinha consciência desse silêncio nos filmes anteriores; para ele o que define Bourne é a violência e as situações de ação”, afirmou.
Hessel afirmou que as sequências de ação entregam o prometido, mas que não há evolução em “colocar o dedo na ferida” para discutir temas atuais. “Bourne pode ser o tipo de poucas palavras, mas num filme que se propõe discutir atualidades de forma frontal, falta colocar o dedo na ferida de verdade, ou pelo menos ter bons coadjuvantes que consigam verbalizar a discussão direito. Na verdade, o melhor de Jason Bourne é outra coisa, é a participação de Alicia Vikander […]”, disse.
Renato Hermsdorff, crítico do AdoroCinema, deu quatro estrelas entre cinco e destacou que, apesar da falta de originalidade, Jason Bourne consegue contemplar o passado do personagem e vislumbrar um futuro para a série. “Aqui, o longa atualiza o arco maior do universo da franquia, com um pano de fundo que transita entre os protestos noticiados recentemente na Grécia (em uma sequência de ação de, com o perdão do clichê, tirar o fôlego) e a pertinente discussão a respeito da privacidade, incitada pelo advento das redes sociais”, disse.
Luiz Carlos Merten, crítico do jornal Estado de S. Paulo, se disse surpreso com o filme, mesmo sendo “mais do mesmo”. “Jason Bourne é uma grande, excepcional aventura. Super bem feita. Ninguém, como Paul Greengrass, sabe filmar esses combates de rua”, afirmou.
O papel de Heather Lee foi destacado por Merten em sua crítica. “Alicia, como Heather Lee, é visceral nessa história. No começo, tem de ganhar a confiança de Tommy Lee Jones e, por isso, toma atitudes em relação a Bourne que a tornam antipática para o espectador. Depois, muda, no que parece uma crise de consciência. Na verdade, ela tem uma agenda própria, que executa com rigor profissional. Bourne é o eterno sobrevivente”, disse.
Miguel Barbieri Jr, crítico da Veja, deu duas estrelas entre cinco e não economizou nas críticas. “Na montagem frenética e na direção agitada de Paul Greengrass, há uma sensação de déjà vu e um jeito de driblar um roteiro confuso com sequências de ação”, disse.
De acordo com Barbieri Jr, a experiência de assistir a Jason Bourne pode ser complicada de ser compreendida por quem não acompanha a franquia. “Dica esperta: o espectador de primeira viagem vai boiar até com os flashbacks”, afirmou.
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