O primeiro filme do Pantera Negra, lançado em 2018, permanece sendo um dos títulos mais importantes do MCU. A história de como T’Challa se tornou definitivamente o rei de Wakanda foi um sucesso de bilheteria, aclamada pela crítica e ainda mantém um recorde para a Marvel que, dada a situação atual da franquia, não deve ser superado tão cedo.
O longa dirigido por Ryan Coogler e estrelado por Chadwick Boseman e Michael B. Jordan recebeu inúmeras premiações e isso inclui a maior delas, o Oscar. Na verdade, Pantera Negra foi indicado a sete categorias: Melhor Filme, Melhor Canção Original (com os rappers Kendrick Lamar, Sounwave e SZA), Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhor Figurino, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Design de Produção – e venceu as três últimas.
Entre todas essas indicações, destacam-se as de Melhor Figurino – pela responsável Ruth E. Carter, a primeira mulher afro-americana a vencer um Oscar nessa categoria e primeira mulher negra a ganhar dois prêmios da Academia -, e também a indicação a Melhor Filme. Pantera Negra foi o primeiro longa de super-heróis a ser indicado para a categoria mais importante e até hoje é um dos únicos, junto com Coringa (2019).
O segredo do sucesso
O recorde que não deve ser batido tão cedo por nenhum outro filme da Marvel é o do número de indicações ao Oscar, além das vitórias importantes. O longa preencheu uma série de requisitos para se dar bem na premiação e isso é muito difícil de ser repetido, a começar pela situação atual da franquia, bem diferente de 2018.
Na época, o mundo estava se preparando para a batalha entre os Vingadores e Thanos, o vilão que foi surgindo aos poucos ao longo de várias cenas pós-créditos em outros filmes. A popularidade do MCU estava em seu auge e desde o fim da Saga do Infinito, nunca mais foi a mesma. A fase 4, imediatamente a seguinte, demonstrou uma queda impressionante em bilheteria e até mesmo na qualidade das produções, que agora também chegavam à TV.
Além disso, é possível dizer que Pantera Negra foi um filme feito para competir no Oscar. A Marvel engajou uma campanha forte para que a obra fosse indicada em diversas categorias e conseguiu um bom número, sem contar as três vitórias. Dado o momento atual, é difícil pensar em alguma produção recente da Marvel alcançando números e reconhecimentos desse nível.
Nem mesmo a continuação conseguiu. Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (2022) traz Ryan Coogler no comando novamente e boa parte do elenco do primeiro, com exceção dos protagonistas. Enquanto Erik Killmonger (Jordan) foi morto no filme original, houve ainda a perda na vida real do ator Chadwick Boseman (T’Challa), falecido em 2020. Nem mesmo a chegada de um nome de peso, como Namor, o Príncipe Submarino, ajudou a alavancar o título.
Para efeitos de comparação, o primeiro Pantera Negra arrecadou 1,35 bilhão de dólares em bilheteria mundial, o segundo não chegou a 900 milhões. Isso sem contar as já citadas premiações e o impacto cultural que o personagem de Chadwick Boseman teve, especialmente em relação aos jovens negros americanos, que passaram a se sentir mais representados entre os heróis.
A Marvel nunca mais foi a mesma desde o fim da Saga do Infinito e o filme do Pantera Negra foi um dos auges desse período. Entre altos e baixos, o MCU segue firme e Kevin Feige tem apostas grandes para o futuro próximo: o quarto filme do Homem-Aranha, previsto para julho de 2026, e dois longas dos Vingadores para concluir a Saga do Multiverso, em dezembro de 2026 e 2027.
Todos esses devem ser eventos de grande impacto na franquia, mas ainda assim, será difícil bater o sucesso da obra que apresentou Wakanda ao mundo. Um terceiro filme do Pantera Negra, contando novamente com Ryan Coogler, deve ser lançado após o reboot do MCU, quando os fãs poderão retornar ao país africano.
Seja o primeiro a comentar