por Cheyna Corrêa
Pouca gente sabe, mas o sucesso do Super Mario não nasceu pronto: ele surgiu como herói de Donkey Kong em 1981, quando a Nintendo não conseguiu a licença do Popeye. Dois anos depois, Mario Bros. ficou em terceiro lugar no Japão e vendeu três mil arcades nos Estados Unidos. A virada de verdade só veio em 1985, com Super Mario Bros., que alcançou vinte mil máquinas vendidas e um número impressionante de cópias para o Nintendinho. O que faltava? A resposta está na trilha sonora.
A criação do “Ground Theme”
No Nintendo Entertainment System, com seu hardware de 8 bits, cada faixa precisava ser perfeita para compensar as limitações sonoras. O compositor Koji Kondo foi implacável: várias versões foram rejeitadas até nascer o “Ground Theme”, hoje conhecida simplesmente como a música do Mario. Influenciada pelo ritmo latino e por trechos da canção “Sister Marian” da banda japonesa T-Square, essa melodia grudou na cabeça dos jogadores – tanto que Charles Martinet, voz oficial do Mario, confessa ter dormido com o tema tocando.

Imagem: Reprodução/Nintendo
Efeito cultural e patrimônio nacional
Além de embalar jogos, o “Ground Theme” ganhou duas letras oficiais: uma criada por fãs em 1985, aprovada pela Nintendo, e outra lançada em 1989 para o desenho animado. A influência se estendeu a ícones como Tommy Tallarico e Nobuo Uematsu, que afirmaram ter entrado no ramo graças à música do Mario. Em 2023, a Biblioteca do Congresso dos EUA tornou o “Ground Theme” o primeiro registro de patrimônio cultural de videogame. Sem dúvidas, uma prova de que, mesmo com recursos limitados, a criatividade pode gerar obras eternas.
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