E mais uma vez os fãs criticaram a DC por ser muito sombria. Muitas vezes, os fãs compararam os filmes desfavoravelmente com as séries, onde a luz e as cores são abraçadas em histórias como Arrow e The Flash.
No entanto, isso é extremamente enganoso. Enquanto a CW está claramente restrita às classificações etárias, heróis como o Arqueiro Verde e o Velocista Escarlate já sofreram sua cota de tragédias nos últimos cinco anos, incluindo muitas e muitas mortes. A chave aqui é manter um equilíbrio entre claro e escuro – algo que os filmes ainda estão lutando pra gerenciar.
O segredo pro sucesso das séries é a harmonia entre luz e sombra. O mundo é povoado por heróis radiantes tanto quanto por figuras macabras. Tyler Hoechlin, que está prestes a se juntar ao Universo DC como Superman, parece destinado ao corredor polonês. As comparações inevitavelmente serão feitas entre este último filho de Krypton e a interpretação do personagem de Henry Cavill, que está atualmente remoendo o Universo Estendido DC.
Confira o primeiro vislumbre do Superman de Tyler Hoechlin em ação abaixo:
Enquanto ainda não vimos um episódio completo com o novo Homem de Aço da Supergirl, já estou confiante de que Tyler Hoechlin acertou no papel – e aqui estão os motivos.
Ser sombrio às vezes é legal, mas não sempre
O problema com os filmes da DC não é que a Warner Bros decidiu tomar uma rota mais sombria que a CW. Afinal, histórias como a Injustice e Arkham Asylum fizeram sucesso com os fãs de quadrinhos nos últimos anos pela sua representação flexível de heroísmo num mundo cruel e desleal. Então por que filmes como Homem de Aço não receberam a mesma aclamação?
A resposta reside na caracterização. Pessoas foram rápidas em criticar a atitude implacável do Batman de Ben Affleck, mas em última análise, o seu desempenho foi considerado um dos pontos altos de Batman V Superman – e isso é porque há uma base pra essa abordagem nas histórias em quadrinhos. Apesar dos protestos, uma versão semelhante de Bruce Wayne pode ser encontrada em materiais elogiados como O Retorno do Cavaleiro das Trevas de Frank Miller.
O verdadeiro problema é o Superman de Henry Cavill
É importante estabelecer desde o início que Henry Cavill não é um ator ruim. O galã britânico se saiu bem no seu papel suave em O Agente da U.N.C.L.E. e também impressionou durante o seu tempo em The Tudors. Mas tanto como Clark Kent quanto como Superman, algo não ficou bem com o papel central de Cavill no Universo Estendido DC.
Na melhor hipótese, o Superman de Cavill é puramente estético, e os muitos fãs apreciaram sua aparência fiel em relação ao material fonte. Na pior, contudo, o Superman de Cavill foi dilacerado pela crítica pela falta de uma forte caracterização. Claro, seria ótimo discutir a aparência de Cavill, mas em vez disso, estamos muito ocupados estudando as muitas reações negativas que o desempenho de Cavill recebeu quando Homem de Aço foi lançado em 2013:
A.V. Club: “Cavill – cujo desempenho envolve mais pose do que atuação – é alternadamente apresentado como um messias alienígena, uma super-arma e uma bandeira americana balançando ao vento; a única coisa que ele nunca chegou a ser é um personagem.”
Boston Globe: “. O ator britânico Henry Cavill oferece uma atuação forte, agradável, ocasionalmente simpático no papel-título, mas não chega a ser uma estrela de cinema. Eu senti falta da modéstia boba do Superman de Christopher Reeves, que marcou o personagem como um alienígena. O Superman de Cavill é um pedaço interessante em conflito, mas ele não ressoa pra além das fronteiras da tela.”
Inquirer: “A atuação de Cavill é menos memorável pela sua ninhada introspectiva do que pelo seu abdômen – um fetiche pro Snyder, o diretor de 300. Ele é bonito e capaz, mas não se pode deixar faltar o brilho de Christopher Reeve. Pelo menos ele sorriu.”
É difícil negar que as constantes comparações com Christopher Reeves são injustas. Afinal de contas, é recomendável que tanto Snyder quanto Cavill coloquem a sua própria marca sobre o legado do Superman, em vez de simplesmente reciclar o que já tinha vindo antes. Mas o problema é que, ao tentar algo diferente, a dupla acabou se distanciando do que faz Superman um ícone legítimo.
O Universo Estendido DC em si não precisa ser mais leve, mas um contraponto moral é necessário pra equilibrar os gostos de Harley Quinn e Batman. Em vez disso, temos sido deixados com uma figura destrutiva, como uma figura divina que parece muito longe da humanidade pra se importar, algo que até o próprio Cavill já zombou no passado.
Como o Superman de Tyler Hoechlin será diferente?
Quando Supergirl anunciou pela primeira vez que Tyler Hoechlin iria participar do show como Superman, a reação foi no mínimo mista. Mas agora que nós vimos o Super em ação, parece que Hoechlin vai acertar no papel de todas as maneiras que Cavill não conseguiu.
O retrato de Cavill nos filmes voaram muito longe em torno dessa ideia de Kal-El como uma figura messiânica sem impregna-lo com um senso de humanidade e os momentos em que Snyder optou por explorar a vida pessoal de Clark Kent pareceram mais superficiais do que qualquer outra coisa.
Em contraste, a decisão da CW por introduzir Hoechlin primeiro como seu alter-ego tímido numa conversa com seu chefe foi o movimento perfeito. Teria sido fácil abrir o trailer com um chamativo Hoechlin em collant, mas com esta abordagem, a CW nos lembrou que Superman pode ser um poderoso símbolo de esperança ao mesmo tempo que a humanidade de Clark Kent continua a ser a verdadeira essência do personagem.
Agora, nos resta aguardar e cruzar os dedos pra que Tyler Hoechlin realmente salve o Superman.
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