Seis anos após o lançamento do primeiro The Outer Worlds, a Obsidian Entertainment está pronta para embarcar em uma nova jornada espacial — e dessa vez, promete ir muito além. The Outer Worlds 2 chega como uma evolução ambiciosa do RPG de 2019, trazendo um universo mais vasto, missões mais complexas e liberdade total para o jogador construir sua própria história no caos interplanetário.
Um RPG com alma e personalidade
Segundo o diretor Brandon Adler, a história principal representa apenas entre 10 e 15% do conteúdo total do jogo.
O foco, portanto, está em expandir as possibilidades de exploração e nas inúmeras missões opcionais que surgem conforme o jogador interage com o mundo. A ideia é dar vida a um RPG “crunchy”, ou seja, cheio de sistemas profundos, escolhas significativas e consequências reais — algo que os fãs da Obsidian esperavam desde o primeiro jogo.
Adler explica que, agora com mais tempo e investimento da Microsoft, o estúdio pôde concretizar as ideias que ficaram de fora do jogo original. “É basicamente o sonho que queríamos realizar desde o início”, disse ele.
A era de ouro dos RPGs está de volta
O diretor criativo Leonard Boyarsky — um dos criadores de Fallout e Vampire: The Masquerade – Bloodlines — reconhece que o cenário atual é perfeito para o retorno dos RPGs tradicionais. Com o sucesso de títulos como Baldur’s Gate 3, Dragon’s Dogma 2 e Kingdom Come: Deliverance 2, o público mostrou que ainda há sede por experiências ricas em narrativa e escolhas.
Durante muito tempo, até tínhamos que convencer as editoras de que valia a pena fazer um RPG com elementos de RPG”, brinca Boyarsky. “Agora, com o sucesso de jogos desse tipo, sentimos que as pessoas estão abertas de novo a esse estilo. É como se tivéssemos precisado provar nosso valor outra vez.
Humor afiado e crítica social continuam vivos
Mesmo sob o guarda-chuva da Microsoft, o humor ácido e a crítica corporativa continuam sendo parte essencial do DNA da série. Adler admite que o time é totalmente consciente da ironia de “zombar dos próprios chefes”, mas garante que o estúdio mantém sua voz criativa. “A gente acha engraçado, e jogamos isso dentro do jogo e até nos trailers. Continuamos passando nossa mensagem, independente de quem está bancando o projeto.”
Durante as prévias jogáveis, o título demonstrou todo o seu charme: diálogos com múltiplas ramificações, personagens excêntricos e situações absurdas, típicas da Obsidian. A influência dos traços e históricos do personagem nas conversas dá um novo peso à interpretação — algo que o estúdio sempre soube fazer com maestria.
Consequências reais e liberdade total
Em The Outer Worlds 2, as decisões do jogador terão impacto profundo. Boyarsky revela que, diferentemente do primeiro jogo, agora há espaço para cortar conteúdo inteiro dependendo de suas escolhas.
Se você decidir seguir um caminho, pode perder completamente uma linha de missões. Isso é algo que sempre quisemos fazer, mas não tínhamos tempo antes.
O resultado é uma experiência que remete ao DNA clássico dos RPGs da Obsidian — onde cada ação carrega peso, e o mundo reage às suas decisões.
Um retorno triunfante às raízes
Enquanto o recente Avowed explora uma vertente mais moderna e focada em ação, The Outer Worlds 2 aposta no retorno às origens: narrativa complexa, liberdade de construção e aquele humor sarcástico que fez a fama do estúdio.
Com personagens carismáticos, diálogos brilhantes e uma sátira inteligente sobre corporações e poder, o novo capítulo promete não apenas expandir o universo de The Outer Worlds, mas reafirmar a Obsidian como uma das grandes mestres do RPG narrativo.





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