One Punch Man Melhorou… Mas Virou Filler?! O Mangá Foi Esquecido de Vez?

Luiz Gustavo Gonçalves

One Punch Man Melhorou… Mas Virou Filler?! O Mangá Foi Esquecido de Vez?
Divulgação - ONE, Yusuke Murata/SHUEISHA

O novo episódio continuou com uma melhora na qualidade. Isso é muito bom, mas até quando melhora, eles inovam nas coisas ruins também! Dessa vez o episódio foi 90% alterado do conteúdo original. One Punch Man virou filler — Isso por si só é ruim? Não! Só que nesse caso, tirou todo peso dramático e acabou com a profundidade dos personagens.

O caos começa quando o Phoenix Man simplesmente reencarna do nada e já chega colocando o Child Emperor pra suar frio. O moleque não entende absolutamente nada: um cara que virou monstro por usar fantasia, depois morreu, e agora está ali vivo de novo, mais confiante do que influencer com 30 seguidores chamando de “família”. E pra piorar, o Phoenix Man solta com toda a naturalidade que é o ser mais poderoso do universo. Legal, né? Principalmente considerando que o cara já viu o Orochi e mesmo assim age como se fosse o Goku.

Mas a loucura começa CHUTANDO a porta quando o Brave Giant aparece. No anime parece que o robô estava esperando na sala do lado, mas no mangá acontece uma sequência inteira mostrando os pedaços atravessando o subterrâneo, causando mini terremoto e até matando monstros no caminho. Esse nível de detalhe faz diferença — e o mangá entrega isso com gosto, enquanto o anime… bom, o anime anda com pressa, né?

Mudanças “Pequenas” que Mudam Tudo

O anime mudou vários microdetalhes da luta. E detalhe em anime é igual tempero em comida: pouco não faz diferença, mas faltando, a gente sente. No mangá, por exemplo, quando o robôzão entra chutando o Phoenix Man, ele sai cortando a parede com a espada laser ANTES de surgir de verdade — aquele clássico ritmo de suspense tipo Batman chegando pela sombra, sabe?

Mas no anime não. No anime é: apareceu? Lutou. Acabou. Zero construção de presença, zero clima, zero tensão. E isso importa porque o Saitama quase não aparece mais; então se os heróis de suporte não ganham presença, ninguém ganha.

Outra mudança importantíssima foi o Child Emperor colocando o menino refém dentro do robô, e não deixando o coitado plantado no meio do covil com apenas um guarda-chuva pra se defender. Que bom senso, né anime?

Robô Brave Giant do Child Emperor em posição imponente
Reprodução – ONE, Yusuke Murata/SHUEISHA

Não Tem Nem Comparação com o Mangá

Agora sim chegamos ao momento em que o anime simplesmente desistiu de acompanhar o mangá. No original, antes da luta explodir de verdade, o Phoenix Man puxa o espírito do Child Emperor para o “Espaço Fênix”, um plano espiritual dentro da própria fantasia dele. Pois é! O vilão leva literalmente a alma do garoto pra outra dimensão.

Aqui o mangá explica que fantasias utilizadas com dedicação acumulam espíritos, como uma espécie de ritual xamânico. A fênix é real, é uma entidade separada dentro do Phoenix Man, exatamente como uma Bijuu em ‘Naruto. Essa profundidade simplesmente não existe no anime, que optou por uma luta mais direta.

E não para por aí: o vilão tenta convencer o garoto a criar uma nova organização, além de heróis ou da associação dos monstros — sem intrigas, sem medo, sem tretas. Isso balança o garoto, porque ninguém nunca tratou o Child com respeito verdadeiro, exceto… um vilão. Assim nasce o conflito emocional mais pesado do arco inteiro.

Child Emperor impressionado na outra dimensão do Phoenix Man
Reprodução – ONE, Yusuke Murata/SHUEISHA

O Saitama Aparece e Tudo Vira Outra Coisa

Quando a pancadaria volta pro mundo normal, a luta vira um espetáculo. O Phoenix Man é tão rápido que o robô precisa criar uma barreira de pular corda — sim, isso mesmo, pular corda — só pra conseguir acompanhar. É criativo, é insano, é One Punch Man puro.

Mas o momento mais inesperado vem quando o Saitama entra na luta e, num soco só, invade o plano espiritual do Phoenix Man. Porque claro, ele é o Saitama. Lá dentro, ele dá um sermão no vilão por manipular uma criança e joga a real que o Child precisava ouvir.

Depois disso, o garoto vence com o famoso golpe da cosquinha, o Phoenix vira o “homem pintinho”, e tudo parece terminar… até que o mangá revela outra bomba: o Zombieman liga pro Child, elogia o garoto e promete até um milkshake. E o menino CHORA, porque finalmente alguém o reconheceu. É emocional de verdade — e totalmente ignorado pelo anime.

Saitama ameaçando Phoenix Man
Reprodução – ONE, Yusuke Murata/SHUEISHA

O Grande Mistério: Por Que o Anime Mudou TANTO?

Parece exagero, mas existe um motivo: TikTok e o ritmo frenético da indústria de anime. O próprio CEO do Studio Pierrot revelou que, por causa do público acelerar tudo no celular, as lutas precisam durar menos, ter mil cortes, ser rápidas e curtas. Uma luta com o nível de profundidade do mangá duraria dois episódios — e isso é “lento demais” pra galera que assiste com o celular na outra mão.

Então sim: One Punch Man melhorou em animação — com muito custo — mas virou filler espiritual, cortando partes essenciais. O episódio não foi ruim. Pelo contrário — foi bem lega. Não é que o mangá foi esquecido… é que o anime virou outra obra.

Pelo menos agora você sabe exatamente o que o anime tirou, mudou e ignorou.

Child Emperor chorando após ser acolhido por Zombieman
Reprodução – ONE, Yusuke Murata/SHUEISHA

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