por Cheyna Corrêa
Ao analisar os eventos do mangá, fica claro que God segue um padrão para selar pactos com seus avatares — e esse mecanismo reforça a ideia de um multiverso de possibilidades em One Punch Man. A seguir, veja como o vilão aproveita fragilidades emocionais e manipula linhas do tempo para erguer seus seguidores.
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Acordos forjados no desespero
Toda vez que alguém enfrenta um impasse emocional, God aparece disfarçado de figura de confiança (como Silver Fang ou Sonic) e oferece uma solução milagrosa. Foi assim com Garou, que, ao perceber que nada detinha Saitama, teve a mente “transportada” para um encontro com um Silver Fang falso. Naquele momento crítico, o desespero funcionou como uma porta de entrada para que God tomasse posse da alma do adversário.
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Os cubos: insensíveis ao desespero
Além de explorar traumas, God também emprega objetos místicos — os cubos — para capturar uma pessoa sem usar o gatilho do desespero. Quando Flash foi atingido por um cubo, sua consciência foi lançada a um ponto do passado em que ele e Sonic ainda eram crianças. Lá, quase selou pacto até Sonic verdadeiro intervir. O cubo dispensa a necessidade de circunstâncias emocionais extremas, mas mantém o mesmo padrão de deslocamento mental para uma dimensão paralela.
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Padrão de avatares pessoais
Repare que, em ambos os casos, God assume a forma do mentor ou amigo mais influente na vida da vítima. Garou encontra “Silver Fang”, Flash conversa com “Sonic”. Essas figuras são equivalentes ao ponto de partida decisivo de cada um: Garou aprendeu artes marciais com Silver Fang; Flash formou seu caráter ao lado de Sonic. Assim, God explora memorias fundadoras para criar laços de confiança e consumar o pacto.
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Multiverso de possibilidades
O capítulo 201 confirma que One Punch Man usa um multiverso onde cada universo paralelo representa uma bifurcação de escolhas individuais. Ao enviar a mente de alguém ao passado, God não acessa só aquela realidade, mas todas as ramificações que se originaram do ponto de decisão. Selar um acordo no instante crítico “enxerta” o avatar em todas as possibilidades futuras, substituindo o eu original em todas as linhas temporais.
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A analogia do rio e o hiperespaço
Imagine um rio que se divide em dois braços. Poluir apenas o braço B não afeta o A, pois seguiram rumos distintos. Agora, volta-se até a nascente e lança o veneno lá: os dois braços sofrem. God atua na “nascente” das escolhas, usando o hiperespaço revelado por Void para “visitar” o momento antes das ramificações. Um pacto ali corrompe todas as realidades possíveis, criando um avatar que substitui o ser original em todas as linhas do multiverso.
God combina exploração de traumas, manipulação de memórias fundadoras e viagens pelo hiperespaço para forjar pactos que valem para cada universo paralelo. Essa estratégia não só confirma a existência de um multiverso de possibilidades em One Punch Man, como mostra que o verdadeiro poder de God está em corroer o livre-arbítrio desde sua raiz temporal.
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