Operação Natal: O filme natalino de Dwayne Johnson que desafia as bilheterias e o streaming

Yolanda Magesty

Operação Natal: O filme natalino de Dwayne Johnson que desafia as bilheterias e o streaming

O filme Operação Natal, estrelado por Dwayne Johnson, chegou aos cinemas com um orçamento impressionante de US$ 250 milhões, mas com uma recepção inicial que levantou dúvidas sobre sua estratégia de lançamento.

A produção foi desenvolvida durante as chamadas guerras de streaming, quando plataformas como Amazon e Netflix investiram pesado para atrair assinantes. Contudo, o cenário atual da indústria de entretenimento mudou, e filmes com custos tão altos enfrentam um novo tipo de avaliação.

A bilheteria decepcionante e a aposta no streaming

No primeiro fim de semana de exibição nos Estados Unidos, Operação Natal arrecadou apenas US$ 32 milhões, um valor abaixo do esperado para cobrir os custos. Apesar disso, fontes da Amazon insistem que o filme é um sucesso. Uma estratégia? Usar o lançamento nos cinemas como um “cartão de visitas” para atrair espectadores ao Prime Video, o serviço de streaming da empresa.

Kevin Wilson, chefe de distribuição teatral da Amazon MGM, explicou: “Quer as pessoas gostem ou não, o valor desses filmes é diferente para o nosso modelo de negócio. Se poderíamos lançar esses filmes nos cinemas e cobrir nossos custos de marketing, por que não faríamos isso?”

Para estúdios tradicionais, o retorno esperado de um filme é geralmente 2,5 vezes o orçamento de produção. Já para a Amazon, basta recuperar os custos de marketing, que podem ultrapassar US$ 100 milhões. Essa abordagem reflete uma diferença significativa na forma como as empresas de tecnologia veem o cinema em comparação aos estúdios tradicionais.

A era dos investimentos altos e suas consequências

Produções como Operação Natal são herança de um período em que plataformas de streaming disputavam ferozmente por grandes nomes e projetos ambiciosos. Estrelas como Dwayne Johnson conseguiram valores que ultrapassaram US$ 20 milhões, além de bônus milionários para abrir mão de ganhos direcionados à bilheteria.

No entanto, esse modelo começou a ser revisto. Empresas como Netflix já experimentaram pagamentos baseados na audiência, reduzindo os gastos iniciais. “O que eles estão propondo não faz sentido agora”, disse um agente sob condição de anonimato, referindo-se às novas condições contratuais. “Eles economizaram muito, mas o sucesso não é recompensado o suficiente.”

Críticas e incertezas no futuro da Operação Natal

Analistas do setor questionaram o modelo adotado pela Amazon. David A. Gross, da Franchise Entertainment Research, afirmou: “Isso pressupõe que a ‘Operação Natal’ recuperará os custos de marketing e distribuição, o que pode nem acontecer. Como filme de cinema, ele perderá mais de US$ 100 milhões. À primeira vista, não parece um bom investimento.”

Apesar das críticas, a Amazon considera o projeto parte de uma estratégia maior, que vai além das bilheterias. Receitas futuras com merchandising, licenciamento e streaming são vistas como o verdadeiro potencial do filme.

Além disso, Operação Natal já mostrou força em exibições de teste, recebendo uma nota A- no CinemaScore, bem superior aos 33% de aprovação no Rotten Tomatoes.

O impacto de gigantes como Amazon e Apple no cinema

Com valor de mercado de US$ 2,1 trilhões, a Amazon tem margem para assumir riscos que estúdios tradicionais, como Warner Bros. e Paramount, não podem. Enquanto essas empresas dependem diretamente dos lucros de suas produções, para a Amazônia, filmes e séries são complementos à sua vasta operação.

Ainda assim, como observa Eric Handler, analista da Roth Capital Partners, a tendência é que produções como Operação Natal sejam menos frequentes. “Acho que ‘Operação Natal’ é uma exceção, não a regra daqui para frente”, afirmou.

O que esperar de Operação Natal no streaming?

Embora o desempenho nos cinemas tenha ficado aquém do esperado, o futuro da Operação Natal será determinado pelo seu impacto no streaming e pelo potencial de transformar a produção em uma franquia.

Enquanto isso, os olhos da indústria permanecem atentos ao modelo da Amazon, que continua a testar os limites entre cinema e streaming em um mercado em constante transformação.

Fonte: Variety

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