Se você assistiu a “Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out” (Wake Up Dead Man) e ficou curioso com a lista de leitura encontrada por Benoit Blanc na igreja, saiba que aqueles títulos não estão ali por acaso. O diretor Rian Johnson, um devoto da era de ouro do mistério, usou a lista do “Clube do Livro da Paróquia” para dar pistas cruciais — e prestar homenagens — sobre a trama do filme.
No longa, Blanc (Daniel Craig) e o Padre Jud (Josh O’Connor) descobrem que o falecido Monsenhor Wicks e seus fiéis estavam estudando os clássicos do “crime impossível”. Se você quer entender a mente do detetive ou simplesmente expandir sua biblioteca de suspense, aqui estão os 5 livros essenciais citados no filme e por que eles importam.
1. O Homem Oco (The Hollow Man / The Three Coffins) – John Dickson Carr

Reprodução/Netflix Tudum
Este é, sem dúvida, o livro mais importante para a trama de Vivo ou Morto. Publicado em 1935, é frequentemente citado como o maior mistério de “quarto fechado” de todos os tempos.
- A Trama: O Dr. Gideon Fell investiga dois assassinatos brutais onde os assassinos parecem ter desaparecido no ar: um dentro de um escritório trancado por dentro e vigiado por fora, e outro no meio de uma rua coberta de neve sem pegadas.
- Conexão com o Filme: No livro, há um capítulo famoso chamado “A Palestra do Quarto Fechado”, onde o detetive explica todas as maneiras possíveis de se cometer um crime “impossível”. Benoit Blanc usa a lógica deste livro para tentar desvendar como o Monsenhor foi morto no altar diante de todos, sem que ninguém visse o assassino. É o “manual de instruções” do crime do filme.
2. O Assassinato de Roger Ackroyd (The Murder of Roger Ackroyd) – Agatha Christie

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Um dos romances mais controversos e geniais da Rainha do Crime.
- A Trama: Hercule Poirot se aposenta em uma vila tranquila para cultivar abóboras, mas é chamado para investigar a morte de seu vizinho rico.
- Conexão com o Filme: Sem dar spoilers do livro (que tem um dos finais mais famosos da literatura), a obra é célebre por subverter a confiança do leitor na narrativa. A inclusão deste título na lista é um aviso de Rian Johnson para o público: não confie em ninguém, nem mesmo em quem parece estar contando a história.
3. Assassinato na Casa do Pastor (The Murder at the Vicarage) – Agatha Christie

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A primeira aparição da icônica Miss Marple.
- A Trama: O Coronel Protheroe, o homem mais detestado do vilarejo de St. Mary Mead, é encontrado morto no escritório do vigário local. O problema? O próprio pastor havia dito antes: “Quem matasse o Coronel estaria prestando um serviço ao mundo”.
- Conexão com o Filme: A referência é direta e geográfica. Vivo ou Morto se passa em torno de uma igreja e seus clérigos. Assim como no livro, o filme brinca com a ideia de que o “sagrado” (o ambiente da igreja/casa do pastor) não está imune aos pecados mais mundanos, como o assassinato.
4. Os Assassinatos da Rua Morgue (The Murders in the Rue Morgue) – Edgar Allan Poe

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Considerado o primeiro conto de detetive moderno da história.
- A Trama: O detetive C. Auguste Dupin investiga o assassinato brutal de duas mulheres em Paris, em um quarto no quarto andar que estava trancado por dentro.
- Conexão com o Filme: Sendo o “pai” de todos os mistérios de quarto fechado, sua presença na lista reforça o tema central do filme: crimes que parecem sobrenaturais ou impossíveis, mas que possuem uma explicação lógica (e muitas vezes física/atlética).
5. Um Corpo na Banheira (Whose Body?) – Dorothy L. Sayers

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A estreia do aristocrata detetive Lord Peter Wimsey.
- A Trama: Um arquiteto encontra um corpo nu, usando apenas um par de óculos (pince-nez), dentro de sua banheira. O mistério não é apenas quem matou, mas de quem é o corpo e como ele foi parar ali sem que ninguém visse.
- Conexão com o Filme: O tom deste livro mistura o macabro com um humor sofisticado, algo que Benoit Blanc personifica perfeitamente. Além disso, lida com a aparição de um cadáver em um local doméstico e “seguro”, quebrando a normalidade do ambiente.
Se você quer brincar de detetive antes de rever o filme, comece por “O Homem Oco”. Ele não apenas inspirou o método do crime, mas também a filosofia de que “milagres” (como um assassinato invisível) são apenas truques de mágica esperando para serem revelados.






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